Faculdades Morais e Intelectuais
No homem, as suas qualidades morais, boas ou más, são do Espírito que estiver encarnado nele. Quanto mais puro esse Espírito, mais o homem é propenso ao bem. Resulta daí que o homem de bem é a encarnação de um Espírito que já conquistou durante as outras encarnações boas qualidades, e o homem vicioso é a de um Espírito ainda imperfeito.
Os Espíritos brejeiros e levianos (alguns os chamam de duendes) quando encarnados normalmente são estouvados, espertalhões, e algumas vezes, malfazejos. Os Espíritos não tem paixões estranhas à humanidade, se assim fosse nós também as teríamos.
O Espírito que possui boas qualidades morais e é inteligente, quando encarnado, seguramente é o mesmo na razão do grau a que tenha chegado, pois, o homem não tem em si dois Espíritos.
Existem homens inteligentes, que parecem revelar que um Espírito superior está encarnado neles, mas que ao mesmo tempo são profundamente viciosos. É que o Espírito que encarna cada um desses homens, ainda não é suficientemente puro, e o homem cede à influência de outros Espíritos ainda piores. O Espírito progride numa marcha ascendente insensível, mas o progresso não se realiza simultaneamente em todos os sentidos; num período, ele pode avançar na ciência, num outro em moralidade.
Um homem está encarnado num único Espírito, portanto, não se deve acreditar que existem dois ou mais Espíritos encarnados num mesmo homem, isto é absurdo. O Espírito deve ter todas as aptidões. Para progredir, necessita de uma vontade única. Se o homem fosse um conjunto de Espíritos, essa vontade não existiria e ele não teria individualidade, pois na sua morte todos esses Espíritos seriam como um bando de pássaros escapando da gaiola. O Homem se queixa muitas vezes por não compreender algumas coisas, mas é curioso ver-se como ele multiplica as dificuldades, quando tem em mãos uma explicação muito simples e natural.