Pluralidade de vidas

Deus é soberanamente justo e bom, concede ao Espírito tantas encarnações quantas necessárias para atingir seu objetivo - a perfeição.

Em cada nova existência, entra o Espírito com o conhecimento adquirido nas anteriores, as aptidões, conhecimentos intuitivos e moralidade. Cada existência é assim um passo avante no caminho do progresso.

A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho, é uma das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo, pois lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Com esta lei o homem explica todas as aparentes anomalias da vida humana; as diferenças de posição social; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis à alma as existências breves; a desigualdade de aptidões intelectuais e morais, pelo conhecimento que o Espírito aprendeu e progrediu, e traz nascendo, o que adquiriu em suas existências anteriores...

Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação se funda numa lei da natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade...

Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não seria somente inconciliável com a justiça de Deus, que tornaria todos os homens responsáveis pela falta de um só, seria também um contrassenso.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 05/07/2017
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