Aquilo que não se pode delegar
Não se pode delegar o precioso tempo de nossas responsabilidades, a outrem. A escola não tem como responsabilidade primária “educar/criar” filhos alheios. O espaço da escola é um lugar de proporções de múltiplos conhecimentos e experiências, obviamente que entre eles, a educação enquanto formação de cidadãos críticos, ecléticos, éticos, fazem parte deste contexto. No entanto, referência de pai e mãe (enquanto funções), são primordiais e não podemos em hipótese alguma retirar este direito expressivo da criança de tê-los como exemplo, modelo, espelho e referência.
A criança primeiramente necessita de pais que a ame, a eduque, coloque limites, bordas e não as infantilize, fazendo “tudo” por elas. Um filho só se desenvolve a partir do momento que os pais permitem que a criança/adolescente e/ou adulto de um passo, mesmo que trôpego, em direção de suas próprias vontades.
Uma criança só aprenderá dar o nó no cadarço do calçado, a partir do momento que a mãe assim não o fizer. Um adolescente fará boas escolhas, se ao longo da vida, os pais tiveram abertura para o diálogo, ouviram e se fizeram ouvir, interviram quando necessário, sem delegar para ninguém aquilo que é de ordem e privilégio de pais. Um adulto terá maturidade necessária para dirigir sua vida, seus projetos desde sempre que os pais, assim o fizeram como exemplo.
A “felicidade” construída nos tempos atuais é ilusória, degradável, mascarada de filtros, fleches e selfie. Não se é permitido estar choroso, triste, chateado em tempo real - precisamos de noites mal dormidas, travesseiros confidentes, dores somáticas, remédios milagrosos, para tamponar o grande abismo interior.
Não somos mais homens e mulheres sobreviventes a ditaduras. Somos bonecos manipulados pela tecnologia surreal de nossos delírios. Delírio de grandeza (de que somos melhores, mais inteligentes, sensacionais) no entanto, somos tão pobres de espírito, que delegamos ao outro: a missão de nos fazer feliz custe o que custar.
Nos enchemos de presentes e não de presença. Porque não há tempo a perder, pena que a insatisfação crônica que assola a humanidade, não é capaz de dar cabo, naquilo que o dinheiro não consegue suprir.
Não há como delegar o amor que sentimos, o ódio que proferimos, as responsabilidades de cada um de viver consigo mesmo, sem filtro e sem máscara, sem nada a dever. Não há como delegar a vida...os sonhos, as atitudes, as mudanças. Sair da zona de conforto, é maturidade vivencial genuína, rica fonte de crescimento.
Águida Hettwer
A criança primeiramente necessita de pais que a ame, a eduque, coloque limites, bordas e não as infantilize, fazendo “tudo” por elas. Um filho só se desenvolve a partir do momento que os pais permitem que a criança/adolescente e/ou adulto de um passo, mesmo que trôpego, em direção de suas próprias vontades.
Uma criança só aprenderá dar o nó no cadarço do calçado, a partir do momento que a mãe assim não o fizer. Um adolescente fará boas escolhas, se ao longo da vida, os pais tiveram abertura para o diálogo, ouviram e se fizeram ouvir, interviram quando necessário, sem delegar para ninguém aquilo que é de ordem e privilégio de pais. Um adulto terá maturidade necessária para dirigir sua vida, seus projetos desde sempre que os pais, assim o fizeram como exemplo.
A “felicidade” construída nos tempos atuais é ilusória, degradável, mascarada de filtros, fleches e selfie. Não se é permitido estar choroso, triste, chateado em tempo real - precisamos de noites mal dormidas, travesseiros confidentes, dores somáticas, remédios milagrosos, para tamponar o grande abismo interior.
Não somos mais homens e mulheres sobreviventes a ditaduras. Somos bonecos manipulados pela tecnologia surreal de nossos delírios. Delírio de grandeza (de que somos melhores, mais inteligentes, sensacionais) no entanto, somos tão pobres de espírito, que delegamos ao outro: a missão de nos fazer feliz custe o que custar.
Nos enchemos de presentes e não de presença. Porque não há tempo a perder, pena que a insatisfação crônica que assola a humanidade, não é capaz de dar cabo, naquilo que o dinheiro não consegue suprir.
Não há como delegar o amor que sentimos, o ódio que proferimos, as responsabilidades de cada um de viver consigo mesmo, sem filtro e sem máscara, sem nada a dever. Não há como delegar a vida...os sonhos, as atitudes, as mudanças. Sair da zona de conforto, é maturidade vivencial genuína, rica fonte de crescimento.
Águida Hettwer