Vida nova... E agora? Eu ou nós?
Após muito tempo de namoro, com encontros, viagens, passeios e aventuras, o casal já se conhece melhor. Comeram muito sal juntos e o relacionamento agora chega ao ponto crucial: O casamento. É... Chegou a hora de desfrutar a vida sob o mesmo teto. E agora? Juntos sob o mesmo teto vem então, a prova de fogo. Como será a vida a dois?
Não existe fórmula ideal para um relacionamento a dois, sob o mesmo teto. Entretanto não passa a ser uma prisão. Na verdade tudo pode ser até melhor do que antes. Basta sabermos que, para um relacionamento a dois frutificar e amadurecer, temos que abrir mão de umas coisas, em benefícios de outras. Ou seja, temos que investir para lucrar, em outras palavras, o jogo começa e temos que apostar alto se quisermos lucrar mais. Nesse caso, vale lembrar que não estamos sozinhos. Num jogo há sempre um ou mais concorrentes ou aliados. E todos cooperam para um objetivo comum.
Quando objetivamos o sucesso num relacionamento, o principal ponto a ser observado é que não seremos mais “eu e o espelho”, mesmo porque não seria relacionamento, seria apenas uma introspecção, seríamos “eu e eu mesmo”. Um egoísmo evidente, o que não condiz com a vida do ser humano, porque lá, bem no fundo da nossa alma, o que mais ansiamos é amarmos e sermos amados. Agora sejamos sinceros! Como poderíamos pensar em amor, pensando em nós mesmos? É antinatural. Descobrimos o valor da vida nesse mundo, apenas porque dividimos experiências com outras pessoas. Quem experimentaria o sabor do prato que preparo quem leria as poesias que escrevo? Quem por algum motivo me esperaria à beira do rio? Quem ouviria os acordes de uma canção? E um infinidade de outras coisas que são feitas ou fazemos apenas porque existem outras pessoas para desfrutar. Essa é a nossa missão nesse mundo. Somos livres para experimentar tudo o que outras pessoas nos oferecem, temos o livre arbítrio. Então não podemos pensar de outra forma que não seja segundo o conselho do Criador:
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho... (Ec 4,9)
Eu poderia enumerar muitas razões pelas quais devemos agir e pensar como “nós” num relacionamento, entretanto quaisquer que sejam essas razões, elas estarão muito aquém daquilo que o amor poderia nos mostrar. Porque existirão sempre diferenças naturais entre o homem e mulher, isso é bom para equilibrar o relacionamento. Traz limites para o relacionamento, embora muitas vezes seja motivo de “stress” ainda que aos casais que se amam. Quer um exemplo? Domingo tem clássico, mas ela quer ir ao shopping ou vice versa e muitos outros “pontos” que poderiam ser analisados de formas diferentes.
Bem, para concretizar uma vida a dois, para que haja “harmonia”, temos que abrir - ainda que momentaneamente - mão de muitos privilégios individuais. Não da liberdade, apenas dos privilégios. Porque tudo passa a ser dividido, muitas vezes até a nossa autonomia de pensar, pois como dizem: “duas cabeças pensam melhor que uma”. Se houver realmente amor, isso não será sacrifício, passa a ser prazeroso, abrir mão de algo apenas para ver no rosto dele (a), um sorriso estampado. Como eu disse antes, trata-se apenas de um investimento, e que, aliás, traz maturidade. Afinal ambos fizeram uma escolha referente ao amor. E essa escolha implica em viver ao lado de alguém. Alguém com limitações e defeitos, mas alguém que ama. Então somos nós...
Ah! Só pra lembrar: Nada de jogar na cara do outro o que fez ou deixou de fazer pelo bem do relacionamento. Ok?