De quem é a culpa?
Bom dia.
"A busca pelo “poder” sempre foi o maior alvo do homem. E quando conquistado, melhor ainda. Com ela vinha o desejo de se sobrepor a alguém, inferiorizando os demais. O problema parte quando se delega a alguém ou a um ente jurídico tal poder acreditando que ele agirá em nome da coletividade para o bem comum. O que aconteceu quando da formação do Estado.
Quando se deu a formação do Estado o homem delegou a este o poder que detinha consigo, acreditando ser a melhor opção, pois ele agiria em nome da coletividade e em prol dela; as consequências desta escolha são suportadas até hoje.
Atualmente não é diferente, saí-se de um Estado totalitário, para uma tal democracia. Entretanto ainda observa-se uma tão grande escravização, seja pelo Estado ou mesmo no setor privado. As pessoas, quanto ao seu modo de fazer, às suas funções, o seu trabalho, emprego, estão aprisionadas à forma com que o sistema político e social delimita as suas condutas, como devem agir, se portar e comportar, não só socialmente falando, mas, sem dúvida, profissionalmente. Mesmo com tantos avanços e conquistas tecnológicas e civilizatórias, ainda se percebe o quanto o ser humano encontra-se atrelado aos ditames sociais, à lei, ao Estado e suas exigências.
Ou seja, o preço que se paga é alto e custa caro, seja, por meio dos altos impostos; para os que pagam, ou mesmo nas questões que dizem respeito, por exemplo, à obediência que deve-se ter para com o Estado.
Assim, desenvolve-se uma questão: Será que foi a melhor opção, abrir mão do seu direito individual, cada pessoa, dando ensejo a criação do Estado, o qual deveria agir em prol da coletividade? Pois, o que se percebe, é um Estado que, em vez de favorecer, se omite, de garantir, cria barreiras burocráticas e fiscais, diz não ter condições estruturais ou mesmo faltar dinheiro nos cofres públicos, e com isso, tenta justificar a sua omissão e inefetividade das leis e ações estatais, principalmente na saúde e educação, que mais sofrem.
Pois bem. A salvação tão esperada pelo Estado se transformou em sacrifício suportado pelos pobres, em sua maioria, pela classe mais simples que mantêm o país, a qual, por vezes é esquecida e desamparada, mas ainda assim se mantém contribuindo, trabalhando, suportando as afrontas diárias do Governo que apenas dita, exige, os explora covardemente por meio de leis que para nada servem a não ser fingir ser a solução para os problemas sociais e econômicos, quando, na verdade, é a estratégia utilizada para mais aprisioná-los aos ditames “legais”.
E mais, com quem está o problema: com a formação do Estado ineficaz ou com os titulares de cargos públicos desinteressados com o bem público, com a coletividade? De quem é a culpa, porquanto cada indivíduo tenha aberto mão do seu poder individual concedendo-o ao Estado para que este satisfizesse às necessidades individuais de cada pessoa, suportasse as suas agruras e mantivesse a dignidade destes? Será que valeu a pena deixar outrem agir em seu lugar? E se ele não o faz, não conquista os seus direitos, apenas os tolhe, ou finge agir de forma maçante e eterna (ad eternum)? O que se pode, deve, fazer?Eis a questão.
Merece alusão e reflexão.
Até a próxima".