Eterno Aprendiz!

Diariamente aprendemos algo novo.

Nos primeiros anos de vida somos ensinados a andar e a falar. E quando já andamos e falamos começamos a aprender a formar o caráter, a índole e o respeito. Somos colocados em escolas para aprender a ler e a escrever, nos ensinam português, matemática, história e geografia e então passamos anos a finco dentro de uma sala de aula nos preparando e aprendendo a fazer escolhas para tão logo ingressar numa faculdade. Ingressamos na faculdade e aprimoramos os conhecimentos adquiridos na escola e no ambiente acadêmico somos ensinados a como devemos nos portar no mundo corporativo, aprendemos a nos portar numa reunião, num encontro social. Aprendemos aquilo que é essencial para atuar na profissão escolhida. Então é hora de encontrar um emprego para exercer a profissão e novamente estamos a aprender. Aprendemos a aprimorar o conhecimento adquirido na escola e na faculdade, e vamos além, aprendemos a respeitar hierarquias, aprendemos a ter pontualidade e a saber lidar com os mais diversos tipos e classes de pessoas. Os aprendizados até então nos ajudaram a conquistar um cargo de liderança que, por sua vez, requer uma pós-graduação, mestrado e doutorado, e mais uma vez somos submetidos ao aprendizado. E lá se vão mais alguns anos estudando para cada vez mais aprender coisas novas para que possamos ser bem-sucedidos profissionalmente e até mesmo, quem sabe, ocupar um lugar de destaque na sociedade a qual estamos inseridos. Diariamente aprendemos algo novo, menos a lidar com a perda. Por mais que estejamos em um cargo requerido por todos; por mais que estejamos em destaque na sociedade a qual estamos inseridos, surge uma indagação: de que vale todo conhecimento adquirido quando não sabemos lidar com a perda e o vazio que parece se perpetuar em nosso peito? Mediante as conquistas somos fortes e inabaláveis, nosso ego é massageado e tendemos a pensar que a vida é um mar de rosas. Mas, e quando a perda vem? E quando a pessoa amada vai embora? E quando o tão sonhado emprego lhe é tirado? O que fazer? Como encarar essas situações nos tiram a fome, o sono? Quando a perda nos bate à porta ficamos sem saber o que fazer, para onde ir ou a quem recorrer. Perdemos o chão, o sentido e a direção. Talvez, nosso maior erro enquanto humanos pensantes é achar que tudo é para sempre e, mesmo sabendo que não, decidimos mergulhar de cabeça sem se preocupar em lembrar que toda história por mais bela e agradável que seja chega ao fim e que este fim pode chegar antes do esperado, antes do planejado. E quando somos pegos de surpresa, como agir? Se em toda nossa caminhada alguém tivesse nos avisado, nos aconselhado dizendo: “Ei filho, a vida nos reserva surpresas agradáveis, mas também desagradáveis. Esteja preparado. ”, poderíamos nos resguardar para quando as más surpresas chagassem e com isso saberíamos, mesmo que minimamente, lidar com a perda, com a ausência definitiva da pessoa amada e com esse vazio que se faz notar no coração. É fato que devemos sim viver intensamente, amar incondicionalmente pois a vida é única e não podemos deixar passar um mínimo detalhe sem que venhamos aproveitar. Mas, em especial, além de aproveitar a vida, devemos nos preparar para as surpresas que ela nos reserva, sejam agradáveis ou desagradáveis. Devemos nos preparar e lembrar que o fim da história pode chegar quando menos esperamos. Então, que venhamos aprender a ler cada página da vida com atenção, amor, carinho e compreensão, certos de que toda bela história também chega ao fim, mas que todo final por mais doloroso que for é um bom motivo para um novo começo.

Deivid Gava
Enviado por Deivid Gava em 09/04/2017
Reeditado em 12/02/2018
Código do texto: T5966402
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