EU E A VIDA.

Hoje me surpreendi com um comentário, mas de fato, de modo muito terno, por se tratar duma surpresa inusitada. Mostrei para minha filha .Ela me sorriu e me disse:

-Eh, mãe...antes fosse...

A sua fala chamou-me a atenção para a relatividade desta vida.

O comentarista, um leitor de fora do recanto, classificou-me como jovem e ainda com parco entendimento da vida.

Baseou-se apenas na minha foto, com toda a certeza.

Mas o papel aceita tudo, não é o que dizem? Todavia, com toda a tecnologia da modernidade ainda não conseguimos fotografar a alma.

Por um instante realmente me senti de volta ao colo de minha mãe.

E logo conclui..."Como eu gostaria de não entender mesmo desse negócio de vida!"

Conservar a ingenuidade de criança, a vitalidade da eterna juventude e ser desculpada das travessuras,sempre com carinho de mãe...

E de acreditar que a vida é um sonho, um conto de fadas, sempre coroada com finais felizes.

E mesmo que pudesse, não colocaria uma foto de alma num site, porque com certeza, feridas nunca são muito belas.

Ao meu leitor, agradeço pela sensação em mim produzida, e esclareço que talvez eu mesma o tenha levado a tal julgamento pela trapaça das letras, que nós escritores, através delas...tão bem sabemos trapacear.

Maria Virginia.