SOMOS TODOS IGUAIS
SOMOS TODOS IGUAIS
Se te oferecessem dinheiro para você ficar frente a frente e lutar com alguém que tem o dobro da tua força, muito superior ao seu tamanho, treinado para matar, com um perfil psicossocial voltado para o crime. Qual seria o seu preço?
Digamos que você precise muito de dinheiro, porque você tem uma família, para sustentar (filhos, pais, marido, esposa, sogra, netos, genro, nora, etc..). Você precisa pagar aluguel, escola, plano de saúde, vestuários e etc.. Enfim todas as despesas que um cidadão brasileiro comum tem, e essa é uma alternativa, qual seria o seu preço? Você ser humano comum, cheio de limitações, defeitos, princípios éticos e morais, preocupações, fraquezas, sonhos e etc., quanto você cobraria? Quais garantias você exigiria?
Por quanto você arriscaria a sua vida para salvar um desconhecido? Por quanto você arriscaria a sua vida para salvar um desconhecido que nem sabe que você existe?
Então, estas deveriam ser as perguntas que toda sociedade deveria se fazer ao olhar um policial nas ruas fazendo o seu trabalho. Por trás de todo profissional, tem uma pessoa que paralelamente ao o ônus da sua existência tem o ônus da sua profissão e trabalho. As perguntas acima refletem parte do ônus profissional do policial militar, não contemplo aqui as horas infindáveis em pé, as condições insalubres de trabalho, disciplina rígida, disponibilidade 24 horas a disposição da sociedade, falta de equipamentos adequados às atividades, entre outras dificuldades enfrentadas também por outros profissionais que tem o seu direito de greve garantido pela constituição.
Só percebemos a presença da babá, da cozinheira, da doméstica, do porteiro, alguém que trabalha para nós quando faltam ao trabalho, quando temos que pagar os seus salários, porque dói no bolso, quando cometem algum erro porque nos prejudicam, quando nos causam algum prejuízo.
Cuidamos bem do nosso carro, bicicleta, moto, televisão, celular, computador se eles derem defeito estamos fritos, precisamos cuidar bem deles. Que problemão se nossa máquina de lavar pifar de repente.
A sociedade não enxerga o outro. Não precisaríamos chegar a tanto.
Infelizmente, como o direito de greve não é garantido aos policiais militares, suas mães, esposas, maridos, filhos, netos e parentes, cansados diante do sofrimento de ver seus amados saírem para o trabalho sem nenhuma garantia de que ao final da escala retornarão para casa sãos e salvos, por um salário que para muitos pode parecer uma fortuna mas que para essas famílias não é um pagamento justo frente a grandiosidade da missão. Seus amados estão sacrificando a própria vida e está faltando comida na mesa da família, está faltando acesso à saúde, estão faltando condições de moradia digna, proteção e segurança. Está faltando um salário digno e condições humanas de trabalho.
05/02/2017
MARLI DINIZ ALVES - TEN RR DINIZ