Sem ela

No início imaginei a dança como um movimento artístico tão independente que pudesse abdicar da própria música.

Acreditei que as articulações de uma bailarina em toda sua graça e interpretação, por si, bastariam tal qual a arte de Chaplin.

Então, contive-me. Se não ouço o que danço o que me diferencia de um homem louco que fala sem ouvir o que diz?

Dançar não poderia ser a execução de movimentos técnicos e sequenciais – pensei.

Algo deveria influir dentro de mim para que tivesse um jeito próprio de me expressar.

De algum modo pessoas diferentes deveriam dançar de forma diferente, pois de que outra forma eu poderia aprender com o outro e ele comigo?

E o que é essa expressão peculiar que busco senão a própria identidade do artista?

Percebi que a música é o elo invisível e audível que converte a mecânica numa matéria orgânica chamada sentimento.

Sem a música a dança não teria timbre e seria tão falha quanto uma orquestra sinfônica dirigida por ninguém.

Sem harmonia morre a música, sem sintonia falece a dança. A resposta era tão óbvia!

A música é o que dá sentido à dança (sentido de sentimento). Artista é, portanto, aquele que sente e sentindo o que vive dá sentido à própria vida.

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

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Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 30/01/2017
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