Um mundo sem armas não seria melhor?
Nadir Silveira Dias
Sr. Escritor, se puder, tire minha dúvida: um mundo sem armas não seria melhor? Porquê?
Enviado por Danilo em 11/10/2005 13:33
para o texto "DESARMAMENTO É CILADA"
São 17h18min quando acesso – num lapso – a minha escrivaninha e me deparo com esta excelente pergunta.
Muito obrigado, Danilo, pois ela se presta, esplendidamente, para demonstrar que uma coisa, às vezes – não é bem o que parece.
No caso, duplamente, tanto quanto ao que objetiva o referendo quando ao posicionamento crítico, filosófico, e finalístico sobre o tema.
E daí o título do meu curto artigo: Desarmamento é Cilada!
É cilada porque não objetiva a preservação de vidas que – afirmam os defensores da proibição - são mortas pelas armas legais compradas pelas pessoas de bem que – a rigor – não têm defesa perante meliantes preparados para o fim específico de assaltar.
Eu escritor, eu jurista, eu poeta, eu editor, eu humanista, não sou afeito às armas. Só nas academias.
E aplaudo desde que a conheci – a Campanha do Desarmamento Infantil – iniciada em 1952 e que – em verdade – perante o interesse dos fabricantes de brinquedos não apresenta o mesmo vigor porque não dispunha ou dispõe de recursos para fazer publicidade da vantagem de incutir nas crianças o benefício de não usar armas de brinquedo.
Eu não uso armas. Porém, considero por demais relevante o direito de quem precise usá-las agora, amanhã ou quando delas necessitar.
Até porque, se formos pensar em armas, outras existem que não essas das quais se fala. Essas que constituem patrimônio da indústria nacional e, que, de um momento para outro, viraram a razão das mortes que acontecem aqui no nosso Brasil.
Não é bem isso que dizem, não é bem isso que constitui o mote desse referendo. Entendo que o que querem mesmo é acabar com a indústria nacional que exporta grande parte (ou a maior parte) de sua produção.
Até porque, é corolário lógico que as armas todas são como a água e o fogo: Salvam ou matam. Depende do uso que se faça delas. Depende do que exista no coração dos homens!
E mais do que isso – e aqui devolvo a pergunta: Quem desarmará os bandidos que se encontram armados com as armas roubadas de cidadãos que as compraram legalmente?
Se o governo já não consegue desarmar os que existem agora, como o fará com os que ainda tratarão de adquiri-las no comércio ilegal?
Danilo, queria estender-me um pouco mais, porém, preciso sair.
De qualquer modo, objetivamente, respondendo a sua pergunta:
Sim, e é por isso que a utopia de viver num mundo sem armas me encanta.
Para o referendo, no entanto, vou votar contra o desarmamento, pois estarei votando a favor da indústria nacional. A favor do Brasil!
Escritor e Advogado – nadirsdias@yahoo.com.br