Os olhos do poeta
Os meus olhos quando choram,
Choram pelos oprimidos,
Pois ninguém lhe dá ouvidos...
Choram porque também são gente,
Vendo os pobres indigentes,
Nas praças, sem esperança,
E choram pelas crianças,
Que morrem sem terem culpa,
Nessas imundas disputas...
Os meus olhos quando choram,
Choram pois sentem tristeza,
Vendo tantas fartas mesas,
Mas o peito é um aço frio,
Não sentem os pratos vazios,
Que batem na sua porta...
E choram, pela mãe natureza, lentamente
Sendo morta.
Alque