Insubmissão filial
Os filhos crescem rapidamente, tornam-se adultos independentes, quando então presumem que já estão libertos para seguirem a vida ao seu próprio modo. Sempre que surge a oportunidade, aproveitam para lembrar aos pais que se tornaram livres para pensarem e agirem da forma como melhor lhes aprouver, exortando-os de que os tempos são outros e que dispensam as suas costumeiras intervenções, as sugestões daqueles que em um tempo não muito remoto, foram os seus verdadeiros heróis. Tal insubmissão, no entanto, os tornam míopes para o fato de que estejam desperdiçando a vasta experiência de vida acumulada pelos seus pais ao longo de toda uma existência, e que poderia, inclusive, ajudá-los a evitar muitas situações vexatórias, algumas, até causadoras de muito sofrimento e dor. Não obstante, tenho observado, quase que como regra, que diante das dificuldades que os filhos se colocam, são aos pais a quem primeiro recorrem em busca de ajuda, e são eles que lhes prestam o primeiro socorro, que os acolhem e consolam, ainda que a condição física, emocional e financeira seja incompatível com o EMBARAÇO que lhe é posto. Lamentavelmente, tudo leva a crer que somente nas circunstâncias desfavoráveis os filhos conseguem captar a intensidade do amor que os pais lhes oferecem. Nessas ocasiões, descobrem que podem contar com apoio integral, desmedido, que nenhuma outra pessoa abaixo do Deus todo-poderoso foi capaz sequer de oferecer. Diante de tal ponderação, impossível não entender o caráter da ordem divina de que os filhos devem "honrar pai e mãe". A esse respeito, é válido rememorar o sentido da palavra 'honrar': dentre outros significados, o mesmo que condecorar, agraciar, dignificar. Infelizmente, os filhos da atual geração têm andado cada vez mais na contramão de tão justa orientação.