Enigma

Talvez eu tenha me perdido sobre as infinitas linhas do papel. Talvez tenha permitido aprisionar me, por entre vírgulas, para que outras palavras seguissem o seu curso. Na ponta do lápis saltei uma, duas, três vezes, seguidas [...] abrindo um espaço invisível onde guardo pensamentos não revelados. Num breve intervalo, a pausa imitava o fim de um capítulo. Assim, quando me vi aos tropeços de um ponto e vírgula, coloquei os pingos nos "is"; quando me vi à altura das aspas "pude ler as confissões das íntimas cartas, que escrevi, no diário que pertencia a outra pessoa". Rabiscos viram interrogações (?) sentimentos se transformaram em exclamações! A vida foi tingida em cores por um renomado artista que não assinou a sua obra prima, porque a beleza de seu retrato era um desenho maior. Não cabia nas molduras de Da Vinci nem nos versos de Drummond. Ela nunca pôde ser descrita por completo, mesmo que o talento pudesse parecer repleto. Tanto foi dito. Tanto foi escrito. Tanto foi lido. E assim como eu, todos se perderam nas infinitas linhas de um quadro de papel. O motivo? Nem Freud explica! Quantos mistérios existem em ti, Monalisa?

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

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Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 24/09/2016
Reeditado em 04/01/2017
Código do texto: T5771200
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