OS EFEITOS DO TEMPO
Um dia desses, não faz muito tempo, nas primeiras horas da manhã, em uma Clínica Cardiológica, surgiu-me a oportunidade para refletir acerca de uma das abordagens mais antigas e polêmicas, envolvendo os seres humanos, a dizer, a origem da vida e o seu real objetivo. Naquela instituição médica, concentrava-se um grande número de pacientes idosos, a maioria deles, inclusive, acompanhados pelos respectivos descendentes/cuidadores, situação que denunciava dependência física e emocional. Sendo também paciente fiel da referida Clínica, mantinha preservada na minha memória a fisionomia dos membros integrantes de toda a sua equipe. Por essa razão, na oportunidade, pude me dar conta de que em um período de tempo relativamente curto, ocorrera visíveis mudanças na aparência de tais profissionais. Percebi, concomitantemente, que os efeitos do tempo haviam alcançado não só os pacientes, mas também os médicos e auxiliares da clínica, particularidade que me levou a repensar sobre o ciclo da vida. Verifiquei, por exemplo, que TODOS os frequentadores do mencionado ambiente, já não mais usufruíam dos seus melhores dias, ou seja, os dias da idade viril. As conhecidas fisionomias, alteradas pelas marcas de expressão, exibiam cansaço físico, as suas posturas, antes eretas e seguras, davam indício de curvatura, de lentidão. Ao entrar no consultório, sendo a médica também idosa, terminamos por compartilhar ideias a respeito do assunto, o que veio a confirmar a minha suspeita de que os dias dificultosos haviam chegado para os que faziam aquela clínica médica, que o tempo houvera levado as alegrias permitidas pelo viço da juventude, e que alguns deles se davam conta da brevidade da vida. Por tais razões, concluí, que apesar de merecida, a sentença proferida por Deus, sobre a vida dos nossos desobedientes pais humanos, não poderia ter sido mais severa. A verdade de que a morte contraria o desejo maior de todo e qualquer ser humano normal, a dizer, o de viver para sempre, me veio a mente com a força que desejava alcançar. O fato de não nos conformarmos com o fim da vida, de não encararmos tal evento como um desfecho natural, de lutarmos a todo o custo para prolongar o tempo de permanência aqui na terra, corrobora com a mensagem bíblica de que Deus não criou o homem para cumprir um curto e penoso ciclo de vida, para depois morrer, e cair no esquecimento. Sendo Jeová, um Deus de ternas compaixões, tratou de anular a condenação proferida, enviando o seu filho amado, para nos resgatar do pecado e da morte adâmica, o que será feito por meio da ressurreição dos mortos. A promessa registrada em Apocalipse 21: 3-4, para um futuro iminente, é a da eliminação da morte, em toda a face da terra. Enquanto observava, e tentava processar os meus pensamentos sobre a curta e tortuosa trilha que percorre a humanidade, me veio à tona o seguinte questionamento divino: "De que proveito será para o homem, se ele ganhar o mundo inteiro, mas pagar com a perda da sua vida?" Todos nós envelhecemos e morremos, ricos e pobres, intelectuais e ignorantes, admitindo ou rejeitando a ideia, ao final, somos todos iguais, assim como morre um, morre o outro. É importante ressaltar, que naquele dia, estava precisando renovar a minha fé, e por meio da benignidade imerecida de Deus, tive suprida a minha necessidade.