O que eu vi o que você não viu
Pode acreditar, já vi muitas coisas.
Conheci tantas historias, vi tantas coisas, participei de diversos momentos que só quem tem o privilégio de trabalhar nesta área participa. Chorei sem lagrimas por varias vezes, tomei decisões equivocadas, e outras tantas que de alguma forma promoveram o bem, errei e acertei, mas sempre lutei pela vida, sempre lutei pela historia de cada paciente, sempre .... Já atendi bandido, já atendi policia, já atendi mães de família, crianças, já atendi prostitutas, todo os tipos de pessoas .... já vi muita coisa ...
E isso me fez amadurecer, me deu postura frente a tantos momentos, me deixou gelada frente a outros ... Vc não tem ideia dos bastidores, as series do Netflix nunca irão retratar a verdade. Já vi muita gente morrer por conta de erros graves, já vi doentes evoluírem para piora por um erro bobo, falta de sensibilidade, e na grande maioria das vezes, falta de humanidade ... E o que fazer, será que podemos confiar?
Vc não conhece os bastidores, não que eu quera justificar.
Erros como os quais estou citando, não se justificam .... Mas pasme, não é uma serie de Netiflix .... Eu depois de 7 anos não consigo ver outro sentido, em acordar cedo, passar madrugadas acordados, adquirir dores na coluna, algumas modificações psicológicas, se não o amor por cuidar ... Não, não recebemos bem ... Sim somos humilhado PRINCIPALMENTE PELA CHEFIA ... Que acredito ter essa postura, pq um dia passou por tanta humilhação que hj desconta ... Não vivemos bem ... Talvez não seja unanime ou realidade de todos profissionais, mas com certeza todos ja passaram por diversos momentos iguais ou piores ...
E vc me pergunta o pq deste texto todo ...
É um desabafo por tudo de ruim que vivi, e um agradecimento por todas as coisas que me fizeram forte e humana.
Mas nos bastidores a enfermagem chora em sua grande maioria, casos de abuso de autoridade são diversos, casos de desvalorização são reais e profundos, casos de erros em que nos calamos em defesa de nosso salario são rotineiros ...
E o que fazer?