Pequena meditação lírica de um homem além ou aquem de seu tempo
Pingos cada vez mais grossos ferem o chão lá fora e o frio aumenta; segunda-feira cinzenta, eu gosto...
Aqui dentro, no sofá, coberta macia e som baixo. Ah! Trilha sonora de El Cid: suave, poderosa, belíssima! Viajo a tempos longínquos, passado distante, modos que não mais existem, mas que enlevam a alma, fazem sonhar. O cavaleiro corajoso, a fé indestrutível, o grande amor idealizado pela lindíssima donzela... Suspiro... Arcaico, sonhador, inútil? Muitos dirão, eu Sei. Pode ser... Mas importa? Incomoda-os que persistam os poetas, que vivam os trovadores? Fustiga-os a espada literária, o escudo dos que amam o lírico, o épico? Por eles lamento, sigo em frente, mas acolho com alegria e galhardia minha herança ibérica, reverencio os grandes homens e canto os encantos de mulheres que, repetirão, existem só na imaginação. Quão belo e nobre é o mundo quando encantado!!! Que prazer escrever por escrever e sonhar, viajar, amar sem tempo ou espaço. Será que alguém me entende?