A doce e amarga arte de ser MÃE

Ser mãe realmente é uma grande arte.

Boa mãe então.....

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.

Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.

Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso.

Quando começo a esmorecer na

luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro-me logo

da frase, hoje absolutamente clara.

Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.

Como desnecessária? Mãe sempre será nescessária.

Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explicarei o que significa isso:

Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes,

prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros... também.

A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.

A mas eu nunca cortei o meu cordão umbilical.

A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.

Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.

Apesar que alguns filhos, parecem fazer questão de deixar, as mães de lado.

Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.

A gente aprende a engolir a nora, o genro e a familia deles, com um sorriso.

O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado e o conforto nas horas difíceis.

Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior

desafio e a principal missão.

Não sei se corcordo com isso.

Ao aprendermos a ser "desnecessários", nos transformamos em um porto seguro para quando eles decidirem atracar.

"DÊ A QUEM VOCÊ AMA,

- Asas para voar...

- Raízes para voltar...

- Motivos para ficar... "

Dalai Lama

Não sei não. Muitas vezes voam para muito longe. Dai a dor da saudade é quase insupotável.