Meados de Você
E de repente vem a vida, vem devagarinho querendo te dar um tapa com luva de pelica, engano! Ela vem com tudo e te atropela, e atropela tudo que você acreditava, e muda tudo, quando você se da conta, e agora? Você absorve o atropelamento e pensa que agora tem que tomar uma atitude, e aí você fica entre a cruz e a espada, recomeçar, esquecer, fingir, ignorar tudo, deixar-se esquecer? Não têm saída, todos os lados apontam para uma escolha, não dá pra deixar como esta, é preciso arrumar essa bagunça, por que a vida esta vindo aí, e ela tem pressa em voltar, porque ela não para, e não perdoará sua vagareza em organizar tudo no seu lugar, mas a pressa é inimiga da perfeição, e com ela pode encaixar algo no lugar errado, e aí, ah... Iaí não tem jeito, você se vira do avesso, entra em parafuso, e seu corpo padece.
Você não é a mesma, não sorri mais como antes, suas lagrimas são por outros motivos, seus sonhos são ao acordar, seus suspiros são de espera e sua alegria é aquela canção de outrora. Mas no fundo você sabe que tem mesmo que dançar enquanto a banda toca até achar seu par, e se ele não for ímpar que ao menos seja seu... Que a meia noite seja o berço da reorganização e em meio dia dissipem as fraquezas, e que o encanto permaneça á qualquer tempo, em qualquer lugar, em qualquer cidade, país e estado (de espirito) Santigo ou são Paulo.
Quando a vida voltar pode te lançar, te embaraçar, amordaçar e os gritos abafados, ecoam de fora pra dentro... Pede por calmaria, por sanidade, por coragem e oportunidade... Se eu pudesse fazer parecer fácil tudo isso, eu correria com alento inesgotável para encarar seus habitantes e descobrir qual parte de você são eles, em que momento tornou-se coloridos, joviais ante ao espelho, mas no ser nem tanto assim, balzaquianos com vazio do saber, ou mesmo o verdadeiro com vazio e ares de transbordamento, e aquele que mostra rostos na saudade e tem uma essência de vida. Mas essa banda não é minha embora ás vezes me faz querer bandear.
Refecia: JCW