Na noite!
Quando a noite chega os sentidos crepusculares penetram os mais densos pensamentos.
As mãos quentes ardem em gelo pela aproximação afetiva.
Os joelhos dobrados oram/rezam a essência do Ser em passagem.
Os sentimentos se (des)encontram na maior (im)perfeição.
Os olhos do leitor saltam pelas palavras para torná-las em novas pela empreitada dos ousados escritores.
As faces próximas se opõem. E as distantes ofegam pela certeza da ausência-presente.
O Ser em passagem reflete que o raiar será o universo mais próximo da Eternidade: como chegar a ela?
Com a noite, os segredos e discursos constituídos ao sol se revelam no encontro ágape/eros dos seres.
Os sons da noite são tão assustadores quanto seu mais profundo silêncio.
Quem dirá/ouvirá na/da noite os mais sinceros discursos/sentimentos?
Quem viverá na noite as maiores satisfações para o dia que romperá?
Será que a noite só será perfeita porque a essência do dia a espera?
A noite é a passagem.
Que venha a noite, sempre!