Experiência/Espiritual-I
Em nota, devo manter em sigilo os nomes dos envolvidos como medida “indispensável” para preservar a intimidade dos mesmos. Nomes fictícios João, Pedro, Zé (mãe de santo Elza) e Eu.
Parte I
Em uma tarde de domingo, no quintal da minha casa, amigos conversavam como seria a experiência fora do corpo e como seria essa projeção da consciência, dois deles João e Pedro audaciosamente animaram-se com a ideia e pactuaram um encontro, encontrava-me em um cômodo de dentro da casa, nada ouvi da conversa e do tal suposto encontro, a não ser do terceiro amigo o Zé, de voz alterada me chamou atenção:
“_Tirem-me dessa, não me sinto disposto e confortável para participar de um encontro como esse”.
Como não sabia do que se tratava, a tal frase para mim não tinha nenhum sentido. As conversas prosseguiram e tomaram outra direção, os amigos se despediram e cada um foi para seus respectivos lares e a vida prosseguiu normalmente.
Fui acordada por vozes que vinham da área da lavanderia, por volta dás 7:30h. da segunda-feira, tomei um susto quando me deparei com o amigo Pedro acompanhado de uma senhora, ele a apresentou: _Essa é a dona Elza. Pedro e a senhora Elza tragavam cigarros, enquanto sorriam soltavam fumaça, Elza tinha os traços marcantes de cabelos loiros avermelhados. Eu os cumprimentei e sorrindo comecei a chamar euforicamente o João que ainda estava na cama. _João, João venha ver quem está aqui. Enquanto eu o chamava sentia no rosto a leve brisa e a sensação do frescor e o cheiro das plantas pela manhã. João ainda sonado aparece na porta e pergunta: Quem, quem está aqui? Eu disse: Oras seu amigo, vocês não combinaram... João sorrindo, meio atordoado leva a mão na cabeça e faz sinal de não estar acreditando no que está vendo diz: _Não, não acredito Pedro, Pedrão você disse que viria e veio mesmo, poxa que legal.
Parte II
Em meio às risadas, eu fechei os olhos e quando os abri, percebi que ainda estávamos na cama e não passava dás 6:00h. da manhã porque o dia ainda não tinha clareado, quando subitamente fui tomada por uma força que me mantinha presa a cama e um clarão que vinha de cima do armário do quarto, a luz não tinha forma exata, oras parecia um ser humano criança, oras coisa alguma, apenas luz, muita luz, fui embriagada de tal forma a ponto de gargalhar, a sensação era indescritível de tão boa, eu comecei a chamar pelo João, então perdi as forças e gargalhava ainda mais, João despertou com as minhas gargalhadas e a luz se dissipou, voltando tudo ao normal e o dia estava claro e era exatamente 7:30h. da manhã da segunda-feira. Primeiramente relatei ao João, que de inicio tentou argumentar se tratando apenas de um sonho, mas depois na presença dos amigos Pedro e Zé, se lembraram do pacto em detalhes, me contaram que foi exatamente o que eles combinaram, com um detalhe, quem seria dona Elza? Na verdade dona Elza seria uma mãe de santo de um terreiro que João freqüentou há tempos e que guardava consigo o desejo de apresentá-la a Pedro e Eu, pois o nome e o traços da senhora do meu ou do suposto encontro dos amigos, coincidiam com a tal dona Elza. Tudo fazia sentido, o Zé não ter aparecido, pois o mesmo não quis o seu envolvimento. Os amigos João e Pedro, realmente fizeram uma projeção da consciência, então por que eles não se lembraram da projeção, uma vez que foram eles que fizeram o pacto? Talvez eles estivessem apenas preparados para projeções individuais e para que eles soubessem que foram ao encontro marcado e para dar a devida veracidade da projeção da consciência, eu estava lá plenamente imparcial ao pacto. A segunda parte prossegue sem resposta. Seria um sonho quase real?
Eu.