OFÍCIO DE ESCRIBA

Em verdade, habita-me a angústia e a vontade de ver e sentir o mundo mais humanizado. Locupleto-me da bondade e generosidade de vocês – os meus pares de condenação ao pensar. Entrego-me às causas e efeitos do ofício de escriba. E gozo competentemente do que me fornecem: se amor, amor. Se ruindades, desamores e vaidades, o amar me absolve de possíveis inocências e culpas. E assim iremos ruminando o tempo de viver. Também agradeço pela entrega ao coletivo. Compartilhemo-nos! Nós somos vinho de pipas similares, e pouco maturados. Bebamos e concelebremos aos momentos e à posteridade, nem sempre generosos. Aliás, o dia seguinte já é uma incógnita. O zelo (e desafio) importa em cuidar de estar vivo para atender ao chamado para o brinde! Aleluia!

– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/5440125