ÂNSIAS, DESEJOS E MISÉRIAS

Sê sempre bem-vindo à placenta da criação poética. Só quem tem a pretensão de ser mago consegue abrir a porta dos mistérios. Mergulha neles em absurda entrega, molhando os dedos no líquido amniótico e sanguinolento, que aí está a raiz da vida. Neste emaranhado de proteínas que o poema contém, robustece os teus mais íntimos alter egos, em intimidade de vida futura, mesmo que aparentemente promíscua entre o que é de ti e o que é das maluquices dos possessos que te habitam. Por certo sairás dela mais adocicado, não menos puro. Portanto, abre o arquivo da insensatez. O texto criado te fará refletir se vale a pena copular com o vago e indistinto pensar dos neurônios. Eles são inseguros: O Belo vai muito além deles, que se contorcem num cadinho de ânsias, desejos e misérias. O sopro da arte – da farsa e da fantasia – tem hálito bom e lambuza muito além do sangue...

– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015.

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