Desenvolvimento pessoal

"Eu venho para que tenhais vida, e vida em abundância."

(Jesus)

O psicólogo Carl Jung disse: "Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro acorda." Quando nos voltamos para o nosso mundo interior acordamos para a nossa verdadeira realidade. Precisamos olhar para dentro de nós mesmos para descobrir quem realmente somos, para conhecer as nossas qualidades e defeitos, para podermos corrigir as nossas falhas e desenvolver o que temos de melhor, tornando-nos indivíduos cada vez melhores e mais completos. Somente quem se conhece estará preparado para viver plenamente, reagindo positivamente diante dos fatos, extraindo o melhor de si mesmo em todas as situações da vida.

Na busca pelo nosso aprimoramento pessoal a verdadeira religiosidade é o grande processo libertador das consciências humanas. Espiritualizar-se é muito mais do que acreditar numa religião, do que frequentar um templo ou estudar os livros religiosos. Significa compreender e valorizar a verdadeira essência do ser humano (de nós mesmos e dos outros), perceber que há uma realidade maior do que a vida física, que somos seres eternos e capazes de se aperfeiçoarem e despertarem o potencial inesgotável que existe adormecido em nossas almas.

Devemos ter consciência de que o esforço do desenvolvimento pessoal é uma tarefa obrigatória, que precisaremos realizar em algum momento, e intransferível, pois ninguém pode fazê-la por nós. Os outros podem nos ajudar, nos dar apoio e orientação, mas quem deve caminhar somos nós mesmos.

Ninguém é tão perfeito que não tenha aspectos que precisem ser melhorados. Todos têm o que corrigir e aperfeiçoar. E ninguém é tão ruim que não possua algo de bom dentro de si que possa ser desenvolvido. Até os criminosos possuem qualidades, como inteligência, coragem, decisão e capacidade de planejamento, que poderiam ser utilizadas positivamente para construir e produzir coisas úteis em vez de destruir e prejudicar.

Devemos iniciar a nossa transformação pelas relações intrapessoais (relações do indivíduo consigo mesmo, com as suas lembranças, seus sonhos, pensamentos, sentimentos, dores e conquistas) para depois alcançar as relações interpessoais (relações entre um indivíduo e outro). Devemos primeiramente aprender a conviver conosco mesmos, a administrar o nosso mundo interno para depois aprendermos a conviver com os outros.

Não há no mundo nada mais extraordinário do que o despertar de uma consciência para a realidade suprema do amor e da imortalidade do ser.

Devemos ser humildes, lembrando que humildade significa sermos realistas: não nos considerarmos superiores, não querermos ser o que ainda não somos, nem nos sentirmos inferiores, negando as conquistas positivas que já possuímos.

Devemos praticar a caridade, fazendo o melhor que pudermos por todos, agindo como orientadores e auxiliares, e não como controladores das outras pessoas, ajudando e ensinando sem imposição, semeando e seguindo em frente sem exigir resultados. O que importa é semear o bem. Se as ações vão dar bons resultados é uma responsabilidade daqueles que receberam o auxílio. Devemos lembrar que em todos os lugares a caridade é necessária. Caridade não é apenas dar dinheiro, roupas ou comida para os necessitados. É a prática do amor, da solidariedade em todas as formas possíveis. Existem indivíduos possuidores de grandes riquezas tão necessitados de apoio, de esclarecimento ou de uma palavra amiga como as pessoas mais pobres.

Da mesma forma que o corpo precisa de comida e água, o espírito precisa de uma alimentação adequada. À medida que nos espiritualizamos passamos a sentir necessidade de alimentação espiritual, de conhecimentos úteis através de leituras e diálogos, de boas companhias, de ambientes agradáveis e capazes de nos enriquecer com experiências positivas. Vamos fortalecendo as nossas almas com esse alimento saudável, acumulando um patrimônio de conhecimentos e experiências, aumentando a nossa sensação de bem-estar e ampliando a nossa zona de prazer, pois aprendemos a ter prazer com coisas que antes nos pareciam desagradáveis ou sem importância, como estudar, dedicar algum tempo para auxiliar alguém que nos pede ajuda ou fazer uma atividade voluntária. Passamos a ter sede de aprender e fazer algo de útil, independente dos ganhos materiais que possamos obter.

Quem aprende a amar passa a sentir a necessidade de expandir esse amor, de materializá-lo em ações construtivas. Sente a necessidade de aprender, de compartilhar o aprendizado e de vivenciar o que aprendeu.

Então é muito comum nos sentirmos sozinhos e isolados, porque nem todos compartilham o nosso ideal, nem todas as pessoas são tão desprendidas e sintonizadas com idéias e atitudes superiores. Certamente muitos vão nos criticar e reprovar o nosso comportamento, dizendo que somos ingênuos e distantes da realidade, mas o que importa para os que amam a verdade é ter a consciência tranquila, sabendo que estamos fazendo o que é correto e desfrutando a alegria do trabalho realizado.

Diante das dificuldades e alegrias da vida devemos meditar para compreender o que podemos aprender com os acontecimentos, para dominar a arte de extrair um aprendizado útil de cada situação e recomeçar sempre. Obstáculos são experiências que nos ensinam algo e sucessos são estímulos para seguir em frente. Viver é um processo de lapidação. Ao assumirmos o compromisso de realizarmos o nosso desenvolvimento pessoal estamos a cada momento despertando uma pequena parte do nosso potencial interior e nos transformando constantemente.

O verdadeiro progresso se reflete em todos os detalhes de nossas vidas, em todos os ambientes e situações. Um indivíduo realmente espiritualizado imprime em todas as suas atitudes, mesmo nas mais simples e aparentemente insignificantes, a marca do seu progresso. Só vive em abundância aquele que ama, semeando o bem em torno de si no limite de suas forças e possibilidades, esforçando-se para aprender sempre, questionando-se constantemente para realizar o melhor possível, dividindo com todos o que possui de melhor, agindo como uma fonte de luz onde estiver.

Em nossa caminhada de autotransformação precisamos seguir o seguinte roteiro:

1. definição de nossa autoimagem - compreender que não possuímos somente qualidades nem somente defeitos, que não existe erro por maior que seja que não possa ser corrigido; exigir o máximo possível de nós mesmos, sem excesso de perfeccionismo, sem nos sentirmos culpados por aquilo que não depende de nossa vontade ou está além de nossa capacidade, dando tempo a nós mesmos para progredirmos e valorizando o progresso alcançado. Na estrada da autotransformação são comuns as quedas e decepções, e o progresso se mede em milímetros. Nossa vida é como um livro. A cada dia recebemos uma nova página em branco. É nosso dever preenchê-la com o melhor conteúdo possível. À medida que vamos desenvolvendo as nossas qualidades e corrigindo os erros e defeitos vamos produzindo uma autoimagem cada vez mais positiva e agradável, deixando para trás as falhas e as lembranças de atitudes negativas.

2. regra do aperfeiçoamento - precisamos investigar o nosso mundo interno para conhecer as nossas qualidades, as nossas habilidades pessoais e as nossas imperfeições, perguntando sempre à nossa consciência o que precisamos corrigir, o que precisamos melhorar e o que temos de potencial que ainda não desenvolvemos, seguindo o exemplo positivo de outras pessoas mas sem querer nos igualar totalmente a elas, pois os indivíduos não são iguais. Cada um tem o seu momento, as suas capacidades e limitações.

3. regra da reciprocidade - devemos praticar sempre a regra fundamental de tratar os outros da mesma forma que esperamos ser tratados, agindo com bondade, justiça e disciplina, planejando as nossas ações e depois avaliando os resultados, levando sempre em consideração o bem de todos, nos colocando no lugar dos outros, demonstrando a nossa educação, o progresso intelectual e moral que alcançamos, em vez de apenas exigir educação dos outros.

masaharu emoto
Enviado por masaharu emoto em 04/09/2015
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