Ela era linda
Pelo primeira vez, posso dizer que esbarrei com a mulher ideal, em todos os sentidos possíveis. Ela era linda! Não se maquiava com tanta frequência; se vestia de modo sugestivo, jamais extravagante; tinha um sorriso que desestabilizava até mesmo os mais preparados; era dona de uma beleza completamente natural.
Mas o que me fez encantar foi sua personalidade. Ela contornava a simplicidade e a elegância de um modo sutilmente perfeito. Cantava seus MPBs nos barzinhos que ia, sem vergonha alguma; sorria para moradores de rua apenas para ver seu rosto iluminar; morria de dores nos pés em cima de seus saltos nas festas, mas se mantinha neles até o fim omitindo seu desconforto atrás daquele sorriso apaixonante; conciliava uma conversa extremamente séria de um momento de total descontração; se derretia quando batia os olhos em alguma criança e as atraía com uma facilidade impressionante; bebia cerveja com seu pai e assistia à jogos de futebol, até mesmo basquete com seus amigos; não tinha medo de se sujar. E acima de tudo isso, amava como se o mundo fosse acabar, abraçava sem pudores, elogiava os mínimos detalhes e dava carinho na hora certa.
E você, meu caro covarde, perdeu essa mulher por medo de ser feliz.