SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A internet é o supra-sumo da liberdade de expressão. Fala-se de tudo, o tempo todo sem que haja, necessariamente, tempo de analisar o que se escreve e, às vezes, lê. Aqueles que “falam mesmo” também “escrevem mesmo” e não perdem tempo se arrependendo. No entanto é importante perceber que nem toda a infinidade de informações que circulam na internet, entre sites, blogs e redes sociais é inofensiva. Por aí o que há de menos ofensivo são os “malditos palavrões”. O perigo muitas vezes se esconde em palavras suaves e imagens sugestivas. O sofisma se aproveita de temas em voga no cenário nacional para cooptar pessoas e angariar fundos em prol de ideologias suspeitas. Às vezes pode-se abordar o suposto fracasso alheio ou o pretenso sucesso de seus pares como um caminho a escolher. Muitas pessoas têm o dom de iludir. Interessante é perceber que geralmente quem mais se expressa livremente, por muitos meios disponíveis, é quem mais reclama da liberdade dos outros. Tais indivíduos podem defender suas opiniões, sua religião, sua opção partidária, de futebol, sexual, etecetera e tal, mas ficam muito sensíveis a críticas. Acontece que, se alguém insiste em expor idéias que parecem repulsivas, outro alguém deve ser livre o bastante para expressar tal repulsa.

O mundo está cheio de calhordas dispostos a liderar. São notórios os carniceiros e genocidas como Hitler, Pol Pot, Id Amin e várias outras lideranças nacionais (de nações) do século XX. Menos influentes, mas não menos perigosas, houve presenças carismáticas como Charles Manson, reunindo dezenas de pessoas, as quais seguiam suas idéias entre irresponsáveis e criminosas. Outras, como Jim Jones, convencendo centenas de pessoas a cometer suicídio coletivo. Imagine o que gente assim poderia fazer hoje em dia sem oposição compatível! Ainda tem muita pilantragem disfarçada de boa intenção e muita gente à deriva esperando resgate.

No Brasil (foco) as pessoas têm acesso a muita informação e pouca reflexão. Parecem muito suscetíveis a sofrer influência de todos os lados. Vivemos em uma época em que jogadores de futebol ditam a moda de vestuário, corte de cabelo e a música do momento. Cantores e dançarinos de funk citam frases de efeito e ditam comportamentos, como os gurus da juventude. Nos botecos discute-se São Paulo e Palmeiras, Flamengo e Botafogo, Atlético e Cruzeiro, esquerda e direita com a mesma "seriedade". Enquanto isso a economia mundial está em crise, tem gente morrendo de fome, tem gente morrendo à bala, tem gente morrendo de raiva. O que também tem muito é oportunista se aproveitando da desatenção de uns e da carência de outros pra fazer cabeças e tirar vantagens. É preciso ter atenção e tomar cuidado.