Vamos ficar de bem?
Hoje o domingo apareceu com ar de todos, sempre igual. A vizinha que volta da feira ao lado do carrinho de entrega do velho negro, que tem reumatismo, mas se não anda não come! É o sol no céu, a missa na matriz e o culto no templo ao lado esquerdo da rua, aonde se reúnem pecadores à busca do perdão. A diferença deste primeiro dia, que chamam fim de semana, será o forró na praça pelas juninas, mas isto acontece a noite. De tarde a opção; Gugu ou Faustão.
Resolvo escrever, sentado olhando o computador penso o que escrever; que sabe sobre o analfabeto, que não este prazer! Talvez eu deva ir lavar a roupa que está na trouxa, que amanhã cedo devo levar a casada lavadeira. Mas se o fizer além de não ter conhecimentos técnicos necessário a uma boa lavagem, privarei a pobre senhora do seu ganha pão. Afinal ela vive de lavagem séria, não das lavagens a que são acostumados alguns políticos!
Começei a escrever sem eira nem beira, como dizem nossos recantistas de além mar. A primeira letra que me aparece é o “H”, de hoje, e assim comecei! E agora? Volto a me valer do que diz no capítulo XII, do livro “Alice no País das Maravilhas”, que não é o Brasil, de autoria de Lewis Caroll, no diálogo entre o Coelho Branco e o Rei: “Majestade, por onde devo começar?”, perguntou o Coelho ao rei / “Comece pelo começo...”, disse a majestade / “E depois?”, pergunta o súdito / “Continue até o final”, sentenciou o Rei!
A vida é assim mesmo que tudo seja rotina, um dia igual a outros tantos, temos receio de começar, de dar o primeiro passo ao nascermos do útero da noite. Não precisamos ser exatamente como os coelhos, que quando começam não querem parar. Mas que comecemos como o Coelho Branco, sempre pelo começo. A mim me parece que um começo de um bom dia é estar de bem consigo mesmo, e até com a sogra! Por isto, neste domingo quero estar de bem comigo e contigo, amigo de Recanto das Letras!