APOSENTADORIA
A aposentadoria
Tá correndo, quem diria
Mais do que melancia
Morro abaixo pelo asfalto
Só o que se faz é lambança
E o trabalhador nunca alcança
Perto da hora, ele dança
Tá mal administrada
A "res" pública falada
A grana depositada
Num processo triste e lento
Tira aqui e pôe ali
Tira ali e pôe aqui
Num constante dejavu
Torpe gerenciamento
E o povo exemplar
Na hora de aposentar
Mais um ágio vai pagar
Não se respeita contrato
Que coisa mais absurda
Em jogo a regra muda
É um "Deus nos acuda"
E sou eu quem "paga o pato"
Um caso que eu conheço
E do qual nunca me esqueço
Triste fim , mau adereço
Ocorreu perto de mim
Um pobre profissional
Soube que o fim triunfal
Como lhe era legal
Não chegaria, enfim
Trabalhador industrial
De saúde, já mau
Trinta anos dando pau
Recebe notícia mordaz
A idade fora aumentada
Sua mente atormentada
Ficou desequilibrada
Ficou louco, incapaz