INTERAÇÃO PELOS ATOS (para além dos jogos do comovente toi et moi)

Pelo Facebook, numa singela ciranda de Poesia, seguiram os versos em sua saga de contaminação emotiva. E aportam aqui, em confraternidade:

“ILUMINAÇÃO

Joaquim Moncks

Assim como na canícula

o canário

é um sol de penas

a sombra da Poesia

nos humanos cenários

é um céu

alumbrado de dúvidas.

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014/15.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5220875”.

Gratíssimo, Beatriz Mecking, querida amiga e confreira na Academia Sul-Brasileira de Letras, pelo estímulo que representa o teu proverbial bom gosto e talento. Porque cada impressão verbal (mesmo que sintética ou minimalista) sobre o objeto estético tem sua objetiva causa fática e a axiologia da concepção subjetiva de Beleza. O poema – que materializa a Poesia como objeto – deve representar o Novo, e sempre traz em seu ventre sua carga específica de inconformidades e inquietações, que são do universo do autor. As dúvidas a que a sombra da Poesia conduz é fator de recriação do Real, e, com ela, sob a sua aba, pode conceber a minimização da concreta hostilidade preexistente e a possível criação de um estado momentâneo de felicidade. Com o carinho de sempre, seguem os meus sinceros agradecimentos. Fico feliz de que tenhas gostado do poemeto. Afinal, quem não gosta de ter avivada a sua autoestima? Vivemos e morremos por ele – pelo afeto que a palavra traduz. A morte, enfim, é a autoestima estendida, de pés juntos, a caminho do Absoluto. Porque aqui no plano terreno, nunca se sabe se conseguiremos ser compreendidos, mesmo no após, em nossas aleivosias de farsas e fantasias, no desejo da transcendência para além do corpo, quando tudo o que existe é tão igual na condenação ao viver. Talvez seja por isso que o talento do semelhante me afoga no mar das fruições. E o sal da terra retempera a realidade...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2015.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/5250748