AMIGO II

Relendo uma das minhas poesias, que versa sobre amizade, em um determinado momento, diz que amizade não se compra, nem se arruma na esquina.

Avisa que não deve vir acompanhada de qualquer interesse, chega quando menos se imagina, acontece, por vezes, quase de surpresa.

Pois bem, eu sei que de repente senti falta de um amigo, um daqueles que você gosta de encontrar, por alguns momentos, em qualquer lugar, em um breve momento e, com ele, trocar algumas palavras, desinteressadas, sem um assunto específico, às vezes até sem importância. Somente pelo prazer de estar com o amigo.

Um desses amigos, homem simples e de poucas palavras, até porque seu nível de instrução escolar era quase nenhum, mas pelo qual eu tinha uma grande admiração e respeito.

Na minha lembrança tratava-se de um homem forte, que nunca se curvou ao inimigo, defensor da sua prole, sem medo algum de quem quer que fosse.

Apesar dessa força que ele tinha, tornava-se uma manteiga derretida, quando consternado com o sofrimento dos outros. Esse era o meu pai....saudade meu velho.

Então, voltando a definir amizade, diria que na verdade não se define, às vezes nem temos a percepção de que existe, só vamos descobrir no exato momento que precisamos de um amigo E ele se revela ali, do teu lado, nesse exato momento.

Esse na verdade pode ser amigo anônimo ou então o que você nem havia notado, mas estava ali o tempo todo, apenas não tinha surgido oportunidade de demonstrar tal sentimento.

A questão da amizade, que certamente, é coisa rara de se encontrar, quando aparece ou conquistamos, melhor agarrá-la e fechá-la a sete chaves, dentro do coração, como se guarda um segredo.

Ainda, para encerrar, exalto a amizade dos meus filhos, parentes e, principalmente de uma esposa dedicada, que eu, graças a Deus, tenho.

É importante frisar que a amizade inspira-se basicamente na receptividade, ou seja, não se planta um clima de amizade, em um ambiente hostil, é preciso cultivar momentos doces e gentis no trato entre as pessoas.