MUROS

Estava eu em minha rua observando o movimento.

Recém mudado para a que parecia uma pacata rua;

nada de pacata tem.

Entre o vai e vem comum de um populoso bairro de uma grande cidade, chama-me a atenção o pular dos muros dos "meninos-marmanjos".

Para que são os muros senão para conter. Impor limites. Impor respeito aquele espaço geográfico grande ou pequeno.

Seria bom se ainda assim fosse. Nosso mundo mudou. Os muros são hoje obstáculos a serem vencidos. Nenhuma conotação com limites. Não há mais limites para fazer o errado. Não há mais fronteiras. Não há mais respeito. O lema é invadir, saquear, sequestrar, destruir, roubar...matar. E de quem é a cupa? Ah! A culpa? Nos transvestimos da síndrome de Adão e Eva pós queda, e empurramos esse fardo de culpa para nossos governos, nossas escolas, nossos líderes religiosos, enfim, para tantos outros.

Necessário é, olhar para dentro dessa casa que chamamos de lar, essa estrutura divinal a que chamamos família e entender que daqui os muros não podem ser removidos. Aqui precisa ter limites não impostos. O respeito precisa ser um farol a guiar-nos em dias tenebrosos.

Se a família vai bem a sociedade vai bem. Os que destroem a família são amantes do caos social.

Porém... não importam o que fazem, ou deixam de fazer... os muros estarão lá ainda que pichados, quebrados... estarão lá... estarão aqui.

Nando Poeta
Enviado por Nando Poeta em 14/04/2015
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