Os Messias...

Nasceu um menino em terras longínquas

E assim como Cristo uma estrela anunciou

Que aquele menino seria a esperança

De um povo sofrido que tanto esperou

Crescia o menino e aqui e ali

Pregava palavras das quais nunca ouvira

Às vezes até em nome das coisas

Incitava o povo e acirrava sua ira

E tanto andou aquele menino...

Que onde passou convenceu multidões

Cercado de apóstolos assim como Cristo

Construiu sua igreja e arrebatou corações

Foi tão convincente que até mesmo Tomés

jamais duvidaram de sua existência..

E cada vez que ele caia...

Logo ressurgia com maior imponência

E aquele menino, agora maduro...

se fez desde então o Messias anunciado.

E diante de uma multidão cega por mudanças...

Ele foi aclamado...e foi consagrado

Tornou-se o líder de uma grande nação

E uma legião se pôs a seus pés...

Seus apóstolos foram todos nomeados

E, continuaram sonhando, Josés e Noés...

Mas eis que ali naquela Canaã

Não havia espaço para tantos ideais

E diferente de Cristo que foi traído por seu povo

Aquele Messias se achava demais

Passou a fazer tudo que repudiava...

Até mesmo com o "demo" ele negociava

E ao povo que sempre o apoiara,

Agora as costas ao povo ele dava...

Traiu justamente a quem lhe deu a mão

A quem sempre garantiu o seu crescimento

Mas não lhe importa mais o passado

Se agora é ele que faz mandamento.

Assim se apresenta mais uma besta

O número já não é mais o 666

E os seus discípulos tal como o mestre

Entoam em coro o canto da sereia

Que tenta de novo iludir o pescador

Que ansioso espera a beira do caís

Por uma recompensa dos mares profundos

Que hoje ele sabe, não virá jamais

Porque esse é um falso messias

E a estrela, no céu, já não brilha tanto

E sob sua indiferença...

Aumenta cada vez mais, no povo, o espanto.

Que triste ironia comparar a Cristo

Alguém que provou não ter coração

porém os elementos que os identificam

Também os afastam em convicção

Cristo defendeu seu povo até a morte

mas esse Messias foi bem diferente

porque abandonou a própria sorte

os seus seguidores e a sua gente.

E é essa mesma gente

Que o santificou...

Que hoje descrente

come o pão que o diabo amassou.

E é essa mesma gente que nele confiou

Que hoje descrente demonstra sua ira

Porque já cansou de viver de ilusões

porque já cansou de viver de mentiras

E hoje só faz um apelo ao pai...

Que interceda por nós ainda em vida

Porque já cansamos de andar a esmo

Sem de novo encontrar a Terra prometida

Porque esse povo já está calejado

De tantos ditames e humilhação

Que embora ainde controle sua ira

Não sabe até quando terá condição

E assim como um dia Cristo foi à cruz

Pelas mãos do povo que um dia o seguiu

agora o Messias que o povo elegeu

poderá estar nas mãos de quem ele traiu

E também entrará para os anais da história

Assim como Cristo que deu sua vida

Mas, diferente dele, só será lembrado,

Por perpetuar, outra vez, a velha tirania...

Cuidado fiéis que cegos caminham...

Em tudo confiam, em tudo esperam.

Cuidado Messias que se apresentam

O povo já não é assim tão mesquinho

Já não troca favores por uma promessa

Já não segue estrelas que o anunciam

Já não marcha a esmo por uma Canaã

Que hoje sabe não lhe é reservada

Mas também já está perdendo a esperança

A fé, a confiança...e tudo que tem

E não tendo nada mais a perder

Com certeza fará o que melhor lhe convém

Então meu recado agora está dado...

Não subestimem o povo ou ninguém,

Porque ao contrário da história de Cristo

Hoje o povo sabe, a força que tem.

Rodrigo Di Freitas