Duas listas - quanta diferença!
A Lista de Schindler
Oskar Schindler, um antigo militar polonês, bem relacionado com a SS, que progride rapidamente nos negócios ao se apropriar de uma fábrica de panelas, após o decreto que proibia aos judeus serem proprietários de negócios.
Schindler se valeu de sua fortuna crescente para "comprar" membros da Gestapo e dos altos escalões nazistas com bebida, mulheres e produtos do mercado negro. Seu afiado senso de oportunidade o levou a contratar um contador judeu – mais barato do que um profissional polonês.
Ele é Itzhak Stern, a mente por trás do que seria o começo de tudo: com o argumento de que os trabalhadores judeus representavam uma lucratividade maior para o negócio, ele convenceu Schindler a fazer destes 100% da força de trabalho empregada em sua fábrica. Com o tempo, famílias judias passaram a trocar suas reservas financeiras por postos de trabalho (que os mantinha longe dos campos de concentração), permitindo que os negócios crescessem ainda mais.
Numa determinada noite, passeando perto de um dos parques de Cracóvia, Schindler assistiu à invasão do gueto da cidade. Dias mais tarde, ele acompanhou uma ida de Goeth ao campo de concentração e assistiu às instruções que este recebeu para cremar os cadáveres dos mortos no massacre do gueto.
Schindler e o contador passaram a noite a digitar os nomes das famílias que seriam transportadas para a Tchecoslováquia ao invés de irem para Auschwitz. Para cada um dos 1.100 nomes que comporiam a lista, Schindler viria a pagar um boa soma de dinheiro a Goeth, que tomaria as medidas necessárias para o que o desvio de rota fosse bem sucedido. Schindler escreveu seus nomes numa lista e deu-lhes vida.
A LISTA DE JANOT
Ao contrário do Schindler que se preocupou em salvar vidas, os integrantes da lista do Lava Jato não tiveram essa preocupação, pois, ao desviar bilhões da Petrobrás e certamente de outras estatais, contribuíram para a caos que está a saúde no Brasil. Esse dinheiro aplicado na saúde, teria salvo milhares de vidas, vidas estas que se perdem a cada dia, por falta de recursos e principalmente falta de interesse dos governantes.
Os incluídos na Lista de Schindler escapavam do holocausto, os da lista do Janot merecem apodrecer na cadeia, mas, como aqui é Brasil e se tomarmos por base a Declaração do Vice-Governador da Bahia, João Leão, que em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, disse: "Estou cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos. Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa"; os poderosos envolvidos no esquema e o acontecido com os envolvidos no mensalão, já podemos prever o final desse vergonhoso episódio.
Segundo Marinho Guzman:
''Em algum momento perdemos a noção de direito, da justiça e a vergonha na cara.
As novas gerações têm visto no poder e nos cargos mais altos da República, os ignorantes, os incultos, os desonestos, aqueles que se valem da própria astúcia e da leniência das massas, mantidas, com a falta de escolas, de mestres, de estudo e do conhecimento, em ignorantes que os tornam escravos dos que não sabem mais o que é certo ou errado, dos que aceitam tudo que está sendo feito de errado, desde que não sejam incomodados.
No Brasil a justiça falta e é falha. Muitos dos que a aplicam merecem perder todo o seu patrimônio, ir para a cadeia e alguns, que destroem a vida dos que condenam, merecem a execração."