UM PARCO POETA ÓRFÃO

Um parco poeta órfão que sou

Não posso conhecer os limiares da poesia

Antes de acabar de chegar a este mundo

Perdi minha madre, a liberdade

De dizer aquilo tudo que se produz

Em meu cérebro; cujo significado

O meu coração palpita mas não dita.

Mal eu me entendia como órfão da liberdade

Veio-me outro duro golpe: a certeza de saber

Que na pobreza nasci, cresci, vivo e estou já morrendo

Mas, ( perguntando-me) serão a pobreza ou a riqueza

Tão importantes e comparáveis à liberdade?

Não! É aí justamente onde paro e penso

Que o mundo me faz somente

Um parco poeta ao desespero de viver.

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Salvador-BA, 27/01/1976.

Alorof
Enviado por Alorof em 02/02/2015
Código do texto: T5123873
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