NEM MINHA PREOCUPAÇÃO COM O SER QUE TE É CARO



 
Nem minha preocupação com o ser que te é tão caro te faz me dares o valor que mereço. Nem isso... Nem esse retorno necessário me dás. Não me mereces, mesmo! Por orgulho, soberba, teimosia (...) deixaste que se esvaissem todos os nossos tesouros, o que julguei que fossem as coisas que tivemos. Que Tristeza me deixaste de herança, Amigo! Que Tristeza me deixaste de herança! E te vejo também com as mãos vazias. O que fizeste de ti mesmo? Foi para isso que entramos um na vida do outro? Foi para isso? Tantos anos e o Vazio sem resgate de qualquer natureza, pelo contrário: com o agravamento das dívidas mútuas, agravamento sem mais remédio qualquer possível. Foi para isso? Foi para isso? Que o Deus tenha piedade da tua alma! Que o Deus tenha piedade da minha alma!
Se ao menos me deixasses viver... Eu sempre te deixei viver...
Tu tens poder demais, eu não tenho nenhum. Nenhum poder, quase mais força nenhuma. Sozinha tenho que sobreviver, a ti, a nós, a mim, a todos, a tudo. Árvore nua, sem alegria, diante das farsas cotidianas, hei de sobreviver. Lutarei comigo, ferozmente, para sobreviver. Hei de vencer a face obscura de mim, do que me cerca e a daquele outro que me olha na foto com o olhar de desafio e de indiferença. Hei de vencer. Por minha mãe, claro, mas, principalmente por mim e para mim.Ouso dizer, com a coragem dos desesperados, com a coragem dos insanos: POR MIM E PARA MIM; HEI DE VENCER.