Primeiro Encontro

É uma noite fria de sexta feira treze.
Ela está sentada no parapeito da janela, olhando a rua.
O vento de junho beija sua face e brinca com seus cabelos, espalhando os fios ao redor da sua cabeça.
Está assim, distraída, a olhar a noite.
De repente, um som chama a sua atenção.
Gira sua cabeça em direção ao barulho que despertara seu interesse.
Algo se move atrás das folhagens.
De um pulo, ela desce da janela. Está descalça, seus pés sentem o frio da noite na grama debaixo de si.
Ela se move rápido. Conhece aquelas terras como ninguém.
Ela começa a correr, pois “Aquilo” ameaça sumir na escuridão da noite.
“Aquilo” avança para dentro da mata e ela corre ofegante, numa desvairada tentativa de encontrá-lo.
Corre um longo tempo e percebe que havia chegado à cachoeira.
Olha em volta e nada vê, mas seu sexto sentido, apuradíssimo, lhe diz que não está só.
Ouve um farfalhar atrás de si e se vira.
Uma luz muito forte parece convidá-la a se aproximar. E ela, entre assustada e encantada, aproxima-se da luz.
“Aquilo” lhe diz que não vai machucá-la, e que precisa apenas, de sua ajuda.
Ela se senta diante “Daquilo” e ouve.
Ao final, ela lhe pergunta como irá executar o que “Aquilo” lhe havia pedido.
E “Aquilo” lhe responde:
- A cada amanhecer, volta tua face para o Sol e escuta. A cada anoitecer, contempla a Lua e Me verás. A cada momento em que precisares falar comigo, te aproximas do Mar e Me encontrarás. Mas, se ainda assim, teus ouvidos não forem capazes de me apresentar a ti, olha no espelho e verás a Minha Face.

Mas, afinal, quem é você?

- Com o tempo você descobrirá quem Eu sou. Por enquanto, basta que saibas que sempre estive contigo. E que, por mais caminhos que percorras, sempre voltarás para mim. Porque tu Me pertences.