SE AMANHÃ VIERES, DE NOVO, ME RENEGAR

                                                                        Para...



 
     Se amanhã vieres, de novo, me renegar e renovar as acusações de sempre, e desdizer da palavra de comunhão que vens nos trazendo, terei de compreender que a minha luta de vida inteira foi, tem sido e será, mesmo, sempre em vão: a luta pela remissão, ao menos na alma,  dos caminhos do amor que um destino tortuoso e inexplicável fez chegar a becos sem saída. A única saída agora é a mútua compreensão, a  real mútua compreensão: não resta outra. Admito que minha alma está presa, de repente, de uma dolorosa suspeita que - espero  não tenha qualquer base efetiva. Perdoa-me por essa suspeita: que seja totalmente infundada, é tudo a que meu ser aspira. Urge que eu creia na tua sinceridade, na sinceridade que tanto cobras de mim. Que tanto cobras de mim. Que não haja dois pesos e duas  medidas. Que não haja. Se houver, seria demais, mais do que eu sou capaz de suportar neste presente tempo da vida... Há de ser tudo desvario meu... Há de ser...




Nota: Essa mensagem não é para ninguém do Recanto das Letras.