Salomão Ginsburg

Cristo resgatou o judeu polonês

Filho de um rabino, Salomão Ginsburg nasceu na Polônia, no ano de 1867, e faleceu no Brasil, em 1927, aos 60 anos de idade. Nesses dias, a Polônia era uma colônia do Império Russo. O filho do rabino fez o curso primário e o de liceu na Alemanha, e aos 15 anos retornou a seu torrão natal.

Um certo dia, assaltado pela curiosidade intensa de compreender o significado do Capítulo 53 do profeta Isaías, solicitou a seu pai a interpretação do texto bíblico. Primeiro, recebeu o silêncio como resposta; depois, uma bofetada no rosto, pela insistência.

Esse capítulo de Isaías tem sido o “Nó Górdio” do povo judeu, tanto que, após o nascimento de Jesus Cristo, os rabinos judaicos passaram a não aceitá-lo, como de inspiração divina, porque, se o aceitassem, teriam que reconhecer a Jesus Cristo como o Messias prometido pelas Sagradas Escrituras.

Nessa ocasião, com esses seus 15 anos, teve que fugir da casa de seus pais para escapar de um casamento pré-arranjado com uma judia de 12 anos, um velho costume do povo judaico. Seu plano era seguir para os Estados Unidos da América, mas, como o dinheiro estava muito curto, estabeleceu-se na Inglaterra, em 1882, e passou a trabalhar na loja de um tio materno.

Um belo dia, o judeu ouviu dizer que um pregador evangélico estaria em Londres para falar sobre o Capítulo 53 de Isaías, e Ginsbusrg foi ouvir o pregador protestante. Lá, recebeu um exemplar do Novo Testamento. E quando aceitou a Jesus de Nazaré como o Messias prometido, foi expulso da casa de seu tio e abandonado pela comunidade judaica londrina.

Nessa cidade, colocado num lar para judeus convertidos ao Evangelho, aprendeu vários ofícios, especialmente a arte tipográfica. Depois, cursou uma “escola missionária indenominacional”, e aos 23 anos foi consagrado ao ministério da pregação, após ser analisado por um concílio de pastores de várias denominações evangélicas, e do qual fez parte o famoso missionário Hudson Taylor.

Tempos depois, ao atender o chamamento da congregacional Sarah Kalley para o trabalho missionário no Brasil, Ginsburg foi a Portugal aprender o idioma, ficando hospedado na residência da família Fernandes Braga, na cidade do Porto, e passou a atingir a meta diária de aprender 100 novas palavras do idioma português.

Após 30 dias de intensos estudos bíblicos, com o auxílio de um Dicionário e de revisões efetuadas pelo pregador leigo Joseph Janes, o judeu traduziu o folheto “São Pedro Nunca foi Papa”, e cuja edição se esgotou imediatamente.

Pressionado pelo Clero da Infame, e declarado “persona non grata” pelas autoridades lusitanas, o filho de rabino, antes do tempo previsto, foi forçado a embarcar imediatamente para o Rio de Janeiro, chegando em junho de 1890, e passou a trabalhar para os congregacionais, sob a direção do casal missionário Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley.

Trabalhou no campo missionário congregacional no Rio de Janeiro, com a Igreja Evangélica Fluminense e, posteriormente, em Pernambuco, com a Igreja Evangélica Pernambucana.

Quando ainda estabelecido no Rio de Janeiro, travou um sério debate verbal com o missionário batista William Bagby a respeito do tipo de batismo bíblico correto, e tratou de escrever uma matéria contra a doutrina de batismo por imersão; todavia, no longo diálogo travado com o missionário batista Zachary Taylor, quando da estada deste em Pernambuco, Ginsburg aceitou a forma bíblica de batismo por imersão.

Assim, seguiu para a cidade de Salvador para ser batizado, nas águas, pelo missionário Zachary Taylor, em novembro de 1891; no ano seguinte, Ginsburg e sua esposa Amélia Carolina (Carrie) foram aceitos como afiliados à Junta de Richmond.

O médico e Deputado Constituinte, nos dias da Constituição da República, Joaquim Nogueira Paranaguá, estava de viagem marcada, da cidade de Barra, na Província do Piauí, para a cidade do Rio de Janeiro. Nesse ínterim, do ano de 1891, foi informado a respeito de uma conspiração montada pelo vigário local para amarrar o judeu protestante e jogá-lo num rio cheio de piranhas famintas.

Assim, comunicou o fato às autoridades, e salvou o missionário das garras do Clero Endiabrado. Na viagem ao Rio, o missionário acompanhou o parlamentar, e o presenteou com um exemplar do Novo Testamento.

Como gostou do conteúdo, comprou exemplares de Bíblias e os enviou a seu irmão gêmeo, o coronel Benjamin Nogueira Paranaguá, residente na cidade de Corrente, no Piauí. Ambos foram transformados pela leitura do Livro Sagrado.

Como sua primeira esposa, Amélia Carolina (Carrie), faleceu de febre amarela cinco meses após chegar ao Brasil, Ginsburg, em 1893, se casou com a missionária estadunidense Emma Morton.

Atuando no campo missionário da Província do Rio de Janeiro, o judeu protestante empreendeu incursões evangelísticas em vários povoados, tendo assentado seu quartel-general na cidade de Campos, de onde partia para evangelizar nas cidades da região fluminense.

As cidades de Campos, São Fidélis e Macaé foram os locais nos quais enfrentou maior oposição por parte do Clero, de políticos e de autoridades policiais.

Nesse mesmo ano, Ginsburg alugou uma residência em São Fidélis para instalar a igreja, situada no centro urbano, mas o chefe político, que era pai do Delegado de Polícia do vilarejo, não gostou da iniciativa do protestante. O político reuniu um bando de arruaceiros e promoveu o lançamento de pedras sobre o templo religioso; muitos fiéis ficaram banhados em sangue.

Tomando a causa para si, o Delegado entrou no templo, prendeu o pregador e o levou algemado para a Delegacia Policial, e o manteve durante toda a noite sentado num banco de madeira. Emma Morton Ginsburg acompanhou o marido na prisão, e no dia seguinte foi tomar providências junto às autoridades da Província fluminense.

Porém, para evitar que isso ocorresse, o Delegado removeu imediatamente o prisioneiro para Niterói, e no Boletim de Ocorrência fez seríssimas acusações infundadas contra o missionário protestante.

Nessa época, o Brasil encontrava-se envolto no período bélico da Revolta da Armada do Almirante Custódio de Mello. Assim, ao chegar a Niterói, o Vice-presidente da Província o remeteu ao cárcere comum, mas a soldadesca interviu e o levou para a Sala da Guarda.

Em meio a essa guerra silenciosa montada pelo Clero da Infame, a liderança batista entrou em contato com as autoridades, e o Presidente da Província mandou que o protestante fosse solto imediatamente; porém, o orientou a não retornar ao vilarejo onde foi preso, devido à situação política reinante. O plano do Delegado era que o missionário fosse fuzilado como revolucionário monarquista.

Com o término do movimento revolucionário, em março de 1894, Ginsburg retornou ao vilarejo, e deparou-se com o Delegado, que se encontrava encarcerado.

Ao invés da política olho-por-olho, do Clero e do Delegado, o missionário insultado intercedeu em prol de seu adversário, e conseguiu o Alvará de Soltura, pondo-o em liberdade. Essa foi sua resposta ao carrasco que havia trabalhado para seu fuzilamento. Então, no dia 27 de julho, foi organizada a Igreja Batista de São Fidélis.

Nesse mesmo ano, na cidade fluminense de Campos, o missionário fundou uma tipografia, publicou o jornal As Boas Novas (o atual O Jornal Batista), reeditou o Cantor Cristão e deu a ideia para a criação da Convenção Batista Brasileira.

No mês de outubro de 1896, uma quadrilha roubou joias e quebrou imagens de deuses mudos da Igreja Matriz da cidade de Campos, crime que o vigário local atribuiu aos batistas da comunidade, pelo “sacrilégio” perpetrado. Foi preciso a intervenção das autoridades policiais para conter a turba de arruaceiros alugados.

Algum tempo após haver inaugurado a igreja na cidade fluminense de Macaé, o missionário Ginsburg retornou e, como de costume, tentou pregar na praça pública do vilarejo, mas foi proibido pelo Delegado de Polícia local. Isso posto, Ginsburg e William Bagy foram a Niterói ter uma audiência com o Presidente da Província, haja vista que cerca de 150 desordeiros haviam sido contratados para varrer o protestantismo da cidade.

O Presidente providenciou o reforço policial necessário, e o missionário judeu pregou para um auditório de 5 mil ouvintes. No dia 11 de novembro de 1897 foi realizado o primeiro batismo na Igreja Batista de Macaé, e no dia 21 de abril de 1898 foi construído templo da Igreja Batista de Campos, apesar de toda uma oposição do Clero Endiabrado, que tentou tapar o Sol do Evangelho com a Peneira da Idolatria Mariana.

Segundo narrou a saudosa minha professora Stela Câmara Dubois, em seu livro “Rosalee Mills Appleby”, Ginsburg relatou a David Percy Appleby que foi à reunião em que o pregador fez a explanação do Capítulo 53 de Isaías.

Terminado o evento, levou consigo um exemplar do Novo Testamento para melhor conhecer sobre a pessoa de Jesus Cristo, o Messias rejeitado pelo povo judeu.

Ginsburg relatou que um seu tio, muito rico, esperava fazer dele seu herdeiro. E ao tomar conhecimento que seu sobrinho aceitara o Cristianismo, foi até a Inglaterra para persuadi-lo a rejeitar a fé que abraçara.

Como não conseguiu demovê-lo da fé, o excomungou. Após ouvir todo o rosário judaico de uma maldição, o judeu protestante olhou para seu tio milionário, e disse-lhe: “Senhores, é tudo isso? Pois bem, adeus. E que o Senhor tenha misericórdia de todos vocês.”

O “Judeu Errante No Brasil’, como popularmente se tornou conhecido, fugiu da casa de seus pais, foi expulso da casa de seu tio materno, foi amaldiçoado por aquele que desejava fazê-lo seu herdeiro, apenas, porque entendeu que o profeta Isaías, há 750 anos antes de Cristo, teve a ousadia de descrever a figura do Messias que viria na forma de Servo Sofredor.

Em 1914, o judeu polonês retornou novamente ao Rio de Janeiro para dirigir a Casa Publicadora Batista e O Jornal Batista. Em 1921, se transferiu para São Paulo, onde faleceu em 31 de março de 1927.

Além de atuar em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, efetuou batismos em Goiás e na Amazônia, realizou séries de conferências em vários lugares, traduziu obras literárias e compôs 102 hinos para o Cantor Cristão, hinário dos batistas brasileiros.

Ginsburg escapou do vigário

O vertiginoso crescimento do número de conversos batistas, presbiterianos, congregacionais e de outros segmentos que usavam uma Bíblia aberta para ensinar o povo descamisado, desagradou aos agentes do Clero da Província de Pernambuco.

Então, na tentativa de conter esse trabalho evangelístico de uma enorme envergadura, em 1902, o sacerdote Celestino di Pedavoli criou a Liga Antiprotestante para tentar barrar a propagação do Evangelho em sua jurisdição.

Os pontos básicos desse movimento terrorista consistiam na queima de exemplares da Bíblia, em praça pública, e em forçar empresários do comércio e da indústria locais a demitirem funcionários protestantes.

Enfurecido e espumando a baba do Diabo, pelo canto da boca asquerosa, o Sacerdote Endiabrado, capeta metido em uma saia longa e negra, e embaixador da Infame do Tibre, passou a alegar que a Bíblia, usada por protestantes, era um livro falso, e coordenou a queima de 214 exemplar das Sagradas Escrituras no Adro da Igreja da Penha.

Além dessa sua atitude desesperada, para tentar conter o crescimento do movimento protestante, o Vigário organizou uma nova incineração pública de exemplares da Bíblia para comemorar o primeiro aniversário do movimento perverso que criou, apesar dos protestos da população. Inclusive, o ato perverso chegou ao Congresso Nacional.

E apesar do veemente discurso que o deputado gaúcho Germano Haslocher desferiu da Tribuna do Congresso Nacional, para protestar contra o ato infame, o Capeta Assanhado não desistiu, apenas transferiu a queima para a parte interna do convento religioso que administrava.

Como o plano do Vigário não funcionou, e enfurecido com o expansionismo da obra missionária evangélica, o representante do deus Vaticano contratou os serviços de Antônio Silvino, o então maior chefe de cangaço do Nordeste Brasileiro, pelo valor de 250 mil réis.

Nesse mesmo ano, o vilarejo pernambucano de Limoeiro fervilhava com a notícia da chegada do missionário judeu Salomão Ginsburg a essas bandas do Sertão pernambucano. Curibocas, abandonados pelo Governo, e envenenados com a doutrina idólatra do Clero, se arvoraram para ouvir o homem que iria abrir “o Livro de Capa Preta” e falar acerca do plano divino de remissão de pecados por meio do sacrifício vicário de Jesus de Nazaré.

Nesses dias de extremo analfabetismo e de densa idolatria clerical, os protestantes costumavam se reunir em casas familiares, porque templo protestante não podia ser erguido, devido a uma determinação da Igreja Católica Apostólica Romana, denominação religiosa que mantinha autoridades debaixo de seus pés.

Contudo, de ouvida, Celestino di Pavoli, o vigário de saia, se antecipou ao missionário e passou de casa em casa do vilarejo ameaçando o populacho de ouvir a mensagem do “herege estrangeiro”. A liderança local até ensaiou um debate público entre os dois pesos pesados, mas o cabra, metido em uma longa saia negra, desistiu, alegando que o forasteiro usava uma Bíblia falsa para enganar o povo.

Mas, “a voz rouca das ruas” ouviu a mensagem do pregador batista, e as conversões aumentaram, e isso deixou irado o Ditador de Batina. E com a notícia boca-a-boca que circulou no vilarejo, até o Delegado de Polícia se converteu à “Nova Seita”, fato que deixou ainda mais apavorado a Besta da Infame do Tibre, ao ver seu rebanho escoar entre os dedos. Então, emitiu seu grito de guerra :

“Hei de dar cabo desse herege antes que ele acabe com minha Paróquia.”

Rapidamente, mandou o coroinha buscar o Capitão Antônio Silvino, que atendeu imediatamente a seu chamado, e se fez acompanhar de seu comandante Baianinho e de seu subcomandante Cocada, o mais famoso trio cangaceiro sertanejo desse período histórico. O frade italiano recepcionou “os cabras da peste” em uma sala reservada da residência clerical, adornada com inúmeras imagens de deuses mudos, que tinham boca mas não falavam coisa alguma.

O trio cangaceiro penetrou no ambiente idólatra se benzendo, e ante tamanha devoção aos deuses de barro, a Besta de Saia Negra comentou que tais gestos refletiam amor à Santa Igreja ameaçada por um “herege estrangeiro”. O italiano acusou o missionário protestante de ensinar que Santa Maria não era a mãe de Jesus Cristo, de ser lobo vestido de ovelha, de devorar sua Paróquia, de ser um herege e de pregar uma Nova Seita.

Ao ouvir do Capitão, que a questão iria ser resolvida, “o ditador da batina” o agradeceu, abriu uma gaveta de sua mesa e retirou dela 100 mil réis para ajudar no serviço. Esse foi o preço de sangue pago pelo líder clerical.

O serviço de informação do vigário sabia com antecedência, que o missionário protestante iria a um trabalho evangelístico numa fazenda da redondeza. Então, com a informação precisa do Embaixador do deus Vaticinium”, os cangaceiros se posicionaram na tocaia, e Cocada pediu o privilégio de sangrar o pregador protestante.

O missionário parou seu cavalo e, de forma pausada, estendeu um bom dia ao trio postado num trecho da estrada. A pureza interior do pregador tocou profundamente a alma do Capitão, e este mandou Cocada guardar seu longo parnaíba.

Assim, o pregador seguiu tranquilo a viagem, e o chefe cangaceiro declarou que um homem de uma envergadura moral dessa não se matava.

E enquanto a comunidade protestante se pôs a interceder pela vida do pregador, o homem metido numa saia negra percorria o vilarejo à procura do trio cangaceiro. Ao encontrá-lo, o indagou o motivo pelo qual não havia efetuado o serviço encomendado. O chefe lhe respondeu que o poder interior do protestante o deixou sem ação para agir.

O frade lhes fez saber que deixaram de fazer o serviço por intervenção do Diabo. E nessa sua retórica labial, ao toma-los como verdadeiros defensores da Igreja e do Cristianismo, meteu a mão sanguinária no bolso de sua saia, puxou a quantia de 100 mil réis e os recomendou: “Caprichem no serviço”.

Assim, abastecidos com uma imensa fortuna, os matadores profissionais foram à caça da presa. Cercaram a casa em que o missionário se encontrava evangelizando curibocas sertanejos. Baianinho vigiou a porta dos fundos, enquanto o Capitão e Cocada se posicionaram junto à porta de entrada da residência do Delegado de Polícia.

Ao término do trabalho, o pregador foi à porta de entrada, dirigiu-se ao trio cangaceiro que o cercava, e de forma mansa pediu para ler o Salmo 91 e fazer uma oração antes de morrer, pedido que foi prontamente atendido pelos cangaceiros ali postados.

Feita a leitura da passagem bíblica e seu comentário, dobrou-se de joelhos no chão sertanejo e pediu que o Eterno tivesse misericórdia de cada cangaceiro e do vigário contratante :

“Senhor, meu Deus, se esta é a tua vontade, estou pronto para encontrar-me contigo. Tem piedade, Senhor desses três amigos, cuja missão é derramar sangue inocente. Tem compaixão deles, Senhor, para que conheçam a verdade, pois desejo também vê-los no céu. Eu te peço, Senhor, pelo padre Celestino. Tem piedade dele e não lhe imputes este pecado.”

Em seguida, levantou-se, e disse ao trio de afamados profissionais do cangaço : “Estou pronto, pode matar-me, senhores!” Abismados, o Capitão exclamou : “Este homem é de Deus! Este homem é um santo! Vou dar cabo é daquele padre da peste!”

Saíram à procura do vigário, mas este não foi encontrado. É que, geralmente, quase todas as Igrejas Católicas brasileiras eram edificadas sobre uma posição geográfica elevada, e cada uma delas construíam túneis subterrâneos de segurança. E por uma passagem secreta, o Vigário da Peste chegou ao túnel secreto, e por lá se escondeu por algum tempo.

Ginsburg escapou do Titanic

Após o término dos trabalhos da Aliança Batista da Bahia, realizada em janeiro de 1912, na cidade de Santo Antônio de Jesus, “o Pai do Cantor Cristão” viajou em fevereiro para realizar trabalhos evangelísticos em Portugal, depois foi para a Inglaterra e em seguida para Nova Iorque.

Desejoso de viajar no mais famoso navio de sua época, tentou comprar bilhete de passagem no Titanic, o navio dos sonhos, mas, ao chegar ao balcão de atendimento da White Star Company, foi informado que os bilhetes haviam sido esgotados. Então, restou-lhe a opção de viajar no Majestic, dia 2 de abril de 1912.

Após uma rigorosa inspeção efetuada pelas autoridades do Governo britânico nas instalações da embarcação, o inspetor afirmou”: “Nem Deus conseguirá afundar este navio.”

O famoso transatlântico zarpou do porto de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nora Iorque, numa quarta-feira dia 10, transportando 2.201 passageiros desejosos de entrar para as páginas da História.

Dotado de casco duplo e dividido em 16 compartimentos estanques, a enorme “Babilônia Flutuante” foi projetada e construída por Thomas Andrews, que tinha 23 anos de experiência na indústria naval, nos estaleiros da empresa Harland & Wolff.

Foram gastos 4 anos de trabalhos executados por 14 mil operários na construção do navio, nos estaleiros de Belfast, na Irlanda. Dotado com saunas, piscinas de água salgada e suítes de luxo abastecidas de água quente, a embarcação deixou o porto de Liverpool dia 7.

No dia 10, partiu do porto de Southampton com destino a Nova Iorque. O capital Smith, de 40 anos, iria se aposentar após a histórica viagem.

O veículo naval oferecia passagens para 1ª Classe, 2ª Classe e 3ª Classe. Era tido como o mais seguro, e também acreditava-se ser insubmergível. Esse luxuoso hotel flutuante era dotado de 6 vigias, chamados de “Olhos do navio”, por estarem em constante estado de alerta para detectar a presença de qualquer iceberg.

Conta-se que entre os dias 12 e 14 foram enviados cerca de 10 avisos sobre a presença de icebergs na região, entretanto, o piloto empreendeu velocidade máxima, porque desejava chegar uma noite antes do tempo previsto.

No domingo houve culto a bordo.

O Califórnia emitiu aviso de estar cercado por uma camada de gelo, mas o Babilônia Flutuante, não se ateve, e continuou a navegar. Confirmou-se que as sentinelas não possuíam binóculos.

Na embarcação “infundável” havia 2.200 passageiros e tripulantes para apenas 1/3 de botes salva-vidas. Exatamente às 0h30 do dia 15, uma segunda-feira, o piloto avisou pelo telégrafo que o navio estava afundando.

No domingo, os técnicos receberam 3 mensagens de advertência, mas, desprezaram a todas, por considerar o Titanic infundável. Pela manhã, o Caronia usou seu rádio de bordo para comunicar a presença de icebergs na área; o Báltico fez a mesma advertência, às 13h42; e o Califórnia emitiu a informação às 22h.

Perto da meia-noite desse domingo, dia 14, o navio chocou-se com um monstruoso iceberg e começou a afundar nas águas geladas do Oceano Atlântico.

Na tentativa de manter a calma dos passageiros, o comandante solicitou que o maestro William Harley pusesse a orquestra a tocar a música do Hino 283 do Cantor Cristão, “Mais perto quero estar”.

Devido ao impacto com o iceberg ocorreu às 23h40, a água começou a penetrar pelo casco da embarcação, e às 2h20 de segunda-feira o gigante de aço se pôs a fundar. Na área havia 25 icebergs com 60 metros de altura e uma dezena de outros com 15 a 45 metros.

Após o naufrágio, o Caronia chegou ao local às 4h20, conseguindo resgatar sobreviventes de 15 escaleres que flutuavam nas águas.

Cerca de 73 anos depois, em 1985, uma equipe de resgate chegou aos restos do cruzeiro há 4 mil metros de profundidade e a uma pressão de 448 kg/cm². O cadáver do milionário John Jacob Aston foi reconhecido, graças ao anel de diamante que portava no dedo e aos 4.200 dólares que levava no bolso da calça que usava.

Das 1.480 vítimas do naufrágio, cerca de 121 foram enterradas no Cemitério de Fairview, em Halifax.

O gigante naval transportava um imenso tesouro de joias, diamantes, caixas de nozes, rolos de linóleo, delicados pratos de porcelana, lavatórios, urinóis, caixas de orquídeas e engradados de vinho intactos, todos em perfeito estado de conservação, encontrados pela missão americana-francesa de resgate, Woods Hole e IFREMER, em 2 de setembro de 1985, próximo à costa da Ilha de Terranova, no Canadá. Mais de 1.500 dos 2.000 passageiros foram para o fundo do Oceano.

Por não acreditar que o Titanic houvesse afundado, o escritório da empresa em Nora Iorque continuou vendendo passagens de volta para a Inglaterra, e certo jornal estadunidense que publicou matéria sobre o afundamento da embarcação, foi duramente ironizado pela comunidade.

Das 675 pessoas resgatadas, havia 4 oficiais britânicos e menos de 150 homens.

David Sarnoff é o nome do judeu-russo que nasceu perto do vilarejo de Minsk. Aos 14 anos, em 1905, emigrou para Nova Iorque, onde estudou numa instituição judaica ortodoxa a Torá e o Talmude.

Aos 15 anos, passou a vender jornais, e em seguida começou a trabalhar de telegrafista com Guilherme Marconi. No dia 14 de abril de 1912, Sarnoff recebeu as últimas mensagens do Titanic, e fez uso do telégrafo para divulgar ao mundo os nomes dos sobreviventes do naufrágio.

Anos depois, esse judeu criou a primeira rede de radiodifusão, em 1926, e a rede de televisão NBC, em 1939.

Como somente mulheres, idosos e crianças gozaram de preferência de resgate, muitos homens normais foram resgatados de botes vestidos com uma saia, e os passageiros de 3ª Classe foram deixados para a morte, portando coletes salva-vidas.

Entretanto, Salomão Ginsburg chegou são e salvo a Nova Iorque, nesse domingo pela manhã. No dia seguinte, veio saber que a famosa Babilônia Flutuante havia naufragado. Enfim, o judeu que havia sido resgatado das mandíbulas do Clero e de Cangaceiros, foi também, divinamente resgatado, de uma sepultura no fundo das águas geladas do Oceano Atlântico.

O portal eletrônico “Exponiendo a los Illuminati”, em uma matéria intitulada “Titanic”, registrou que o banqueiro J.P. Morgan, proprietário da corporação White Star, e Harland & Wolff, dono do estaleiro naval, recusaram participar da viagem inaugural do navio, dito infundável. Morgan cancelou sua reserva sob a mentirosa alegação de se encontrar adoentado.

Também, personagens outros influentes, como clérigos jesuítas, anularam suas reservas. Membros da abastada família Wanderbright, cerca de 10 minutos antes de ter início do navio zarpar, deixaram suas poltronas e abandonaram a embarcação.

Outro que fez o mesmo, foi o irlandês Francis Browne Jr., um jovem jesuíta fotógrafo. Antes do barco zarpar para alto mar, o jovem esteve fotografando as instalações internas do navio, como manteve conversas com o capitão Edward John Smith que, apesar de não ser sacerdote, era jesuíta que gozava o título de “Tempore Coadjuntor”. Após enviar um telégrafo a seus superiores, recebeu a resposta: “Abandone ese Barco”.

Cerca de 7 avisos foram enviados ao Titanic, quando este navegava em uma perigosa zona de navegação, mas não deram a mínima atenção. Em um desses avisos, o radiotelegrafista, John George Philips, em resposta ao aviso enviado pelo California, respondeu-lhe: “Cállense, tengo mucho trabajo”.

O empresário do setor imobiliário e dono de hotel, John Jacob Astor, como o empresário bem-sucedido Benjamin Guggenheim, acompanhado de sua amante, encontravam-se entre os passageiros do Titanic.

Eles se opunham à criação do Federal Reserve Bank, casa bancária privada controlada por narigudos banqueiros judeus-cabalistas, cuja aprovação, pelo Congresso dos Estados Unidos, ocorreu em dezembro de 1913.

De maneira que, à luz dos fatos, entende-se que o Titanic não foi para o fundo do oceano, por mero acaso.

Cristo resgatou Conselheiro, Cangaceiros...

Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Clube de autores - www.clubedeautores.com.br

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 29/08/2014
Reeditado em 17/10/2023
Código do texto: T4941894
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