Ciclo vicioso
Meu coração é como um tecido rasgado.
Que passo o dia todo remendando, costurando, dando ponto, mantendo-o para no fim de cada dia ele se partir.
A escuridão da noite me impede de enxergar a linha e a agulha, então seguro cada pedaço daquele tecido, dos sentimentos, das lembranças, do meu coração nas mãos até o dia seguinte, quando posso enxergar as margens e tornar a remenda-las.
Dia após dia.
Esperançosa de que conseguirei, um dia, remenda-lo tão firmemente que a noite poderei erguer as mãos para o alto e agradecer não ter que segurar meu coração nas mãos. Esperando pela noite em que não precisarei me impedir de ir e vir por medo de deixa-lo morrer.