PORTAS ENTREABERTAS
A peça Portas Entreabertas nasceu com o desafio da construção do personagem Dionísio. Um poeta maduro que conhece a embriaguez das primaveras e a dor das mortes dos deuses mortais nos invernos humanos. Dionísio envelheceu e teme os presságios dos outonos. Sentindo-se vencido, sem as perspectivas das estações, recolhe as folhas de suas poesias e reconhece, nas raízes, os versos semeados no sensual ventre da vida.
Pilar é uma mulher jovem dividida entre a sobriedade das escolhas e o êxtase das descobertas. Frágil diante das sentenças corporais, encontra, nos poemas de Dionísio, a força para recorrer à alma e encontrar a projeção dos sonhos nos passos reais.
Durante os ensaios, o diretor Rogério Bozza e os atores sentiram que a alma era mais do que um espectro, era a verdadeira protagonista das jornadas de Dionísio e Pilar. Assim, surgiu a personagem que encerra a vida e a liberta para uma interpretação inédita. Alma é a certeza que envolve as fantasias e denuncia uma realidade passível de sonhos.
A escritora Helena Sut, o ator e dramaturgo Danilo Avelleda e a poeta Marilda Confortin mergulharam em suas próprias vivências para criar aos personagens. Entre portas entreabertas, o desejo e o medo marcam a narrativa nas frestas cotidianas e deixam a essência da vida para ser deslacrada por cada expectador.
Uma peça densa onde as alegorias e narrativas se costuram na ousada atuação de ser e na percepção única de estar no mundo.
Sinopse
Dionísio, poeta octogenário, entrega-se à busca nostálgica das emoções que originaram seus poemas. Pilar, jovem executiva, tem os projetos desfeitos diante da suspeita de uma doença terminal e não sente coragem para ler o resultado dos exames. Numa tarde de outono, Dionísio e Pilar se encontram e, com um livro de poemas e um envelope lacrado, irão descobrir a essência do desejo, do amor e da vida.
Texto de Helena Sut e Danilo Avelleda e poemas de Marilda Confortin
Direção de Rogério Bozza
Helena Sut