Como explicar o maior dos mistérios?
Vivemos mergulhados numa cultura em que a vida cotidiana acontece desapegada das influências espirituais. Esta falta de contribuição religiosa tem feito a fé parecer menos ‘real’ que outros conceitos. A fé não é palpável. E por esta razão, no mundo secular a fé não é relevante. Muitos se agarram à noção de que se alguma coisa não pode ser compreendida pelo processo do pensamento racional, então não pode ser real – ou pelo menos significativa.
No entanto, a razão é limitada ao se tratar da realidade espiritual. A razão não tem recursos suficientes para compreender o misterioso, o transcendente. Ela deixa pouco espaço para se pensar em Deus. Deus não está alheio à razão, porém, Ele é bem mais abrangente que a razão. A fé não é um pulo no escuro; é muito mais uma jornada em direção à luz, ao conhecimento profundo. E nessa jornada a realidade da dúvida nos acompanha e pode se transformar numa verdadeira luta para compreender Deus.
A dúvida é o combustível que dá energia à fé quando buscamos o conhecimento. A dúvida é um estágio de crescimento ao longo da jornada da fé. A grande chamada da fé cristã não é para eliminar a dúvida, mas é acreditar dentro da dinâmica da dúvida.
Fonte: WHITE, James Emery. Abraçando o Deus misterioso. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.