A expansão do amor

Ao longo de nossa evolução vamos ampliando a capacidade de amar.

Imaginemos um homem pré-histórico. Ele vivia num ambiente hostil, onde a sobrevivência era difícil. Seu

comportamento era baseado no egoísmo. Naquele ambiente, onde a comida muitas vezes era difícil de encontrar e onde era

preciso se proteger dos animais selvagens e outros perigos, ser egocêntrico não era um defeito, era uma necessidade, pois se ele não

cuidasse de si mesmo poderia morrer. Os homens primitivos se juntavam em grupos quando precisavam caçar ou se proteger. Com

o tempo, alguns descobriram que era possível cultivar o solo - surgia a revolução agrícola, um grande passo na história humana.

A agricultura e a criação de animais permitiram a sedentarização - fixação dos grupos humanos num mesmo lugar, acabando

com a necessidade de migrar constantemente à procura de recursos para a sobrevivência. Com isso, os laços entre os indivíduos

foram se fortalecendo. Enquanto os primeiros seres humanos amavam apenas a si mesmos, os habitantes das primeiras aldeias,

além dos laços familiares, sentiam-se parte de um grupo.

À medida que as aldeias cresciam e surgiam as primeiras cidades, começaram a ocorrer os primeiros conflitos entre

grupos humanos, e as cidades precisaram ser fortificadas. Surgiam as cidades-estado, organização comum na Antiguidade. Agora

as pessoas se viam como parte de uma coletividade com centenas ou milhares de indivíduos. Amavam a sua cidade (o lugar

onde viviam era quase sempre tudo que conheciam, pois as viagens eram raras, e as informações sobre outras regiões quase não

existiam), e os indivíduos do mundo exterior eram às vezes vistos como inimigos que poderiam ameaçar a sua existência.

As guerras de conquista permitiram a formação dos primeiros impérios, unificando várias cidades e territórios. Com o

passar do tempo surgiram impérios cada vez maiores, e agora as pessoas se sentiam parte de países com milhares ou milhões de

indivíduos. Amavam seu país, e odiavam ou temiam os estrangeiros, à medida que as guerras ameaçavam suas vidas. Com o

passar dos séculos, as viagens, as relações comerciais, os laços culturais e religiosos foram aproximando os grupos humanos.

Até recentemente permanecemos nessa fase, em que os indivíduos amavam a sua pátria e viam os estrangeiros com

desconfiança e hostilidade. O amor individual foi sucedido pelo amor familiar, e este pelo amor em âmbito social, desde a

aldeia, a cidade até os países com coletividades cada vez maiores.

Hoje em dia começamos a entrar na fase do amor em nível planetário. Cada vez mais pessoas passam a compreender

que a Humanidade representa uma grande família, onde as diferenças de raça, idioma, religião, sociedade e cultura são apenas

ilusórias. O surgimento de organizações em benefício de toda a Humanidade, como os Médicos Sem Fronteira, os Jornalistas Sem

Fronteira, o Greenpeace, a Cruz Vermelha Internacional, a ONU; a organização de eventos como as olimpíadas e outros grandes

eventos esportivos; as grandes organizações econômicas; as iniciativas internacionais para combater problemas ambientais como o

aquecimento global tornam evidente que a Humanidade está aos poucos se conscientizando de que vivemos numa mesma casa

planetária, que compartilhamos os mesmos problemas e necessidades e que, portanto, devemos superar as diferenças, buscando a

união.

Quando todos realmente compreenderem que somos membros da grande família humana, os laços da fraternidade se

estenderão por todas as latitudes da Terra, unindo todos os povos num ideal comum: a busca da paz, da igualdade e do

compartilhamento de todos os patrimônios materiais, morais e culturais em benefício de todos.

Quando estiver gravada em todos os corações e mentes a certeza de que todos os seres humanos são iguais, possuidores

dos mesmos direitos e deveres, e que cada um de nós é responsável pela criação de um mundo melhor, as barreiras que nos

afastam serão substituídas pelo sentimento verdadeiro e permanente da fraternidade.

Um dia, depois que toda a Humanidade estiver unida pelos laços do amor e da solidariedade, estaremos prontos para

ingressar na fase do amor em nível cósmico. Compreenderemos então que a Humanidade não está toda na Terra, mas espalhada

pelos bilhões de mundos do Universo. Afinal, se Deus criou uma infinidade de sóis, planetas e galáxias, não faria muito sentido

que o Universo fosse um grande vazio, não é ? Criar tantos mundos para mantê-los despovoados seria um grande desperdício de

espaço. Jesus disse que na casa de seu Pai havia muitas moradas. A casa de Deus é o Universo infinito, e as moradas são os

planetas, mais ou menos perfeitos de acordo com o nível moral e intelectual dos seres que os habitam. A vida é um fenômeno

universal, diversificado (o organismo dos seres está adaptado às condições ambientais de cada mundo) e multidimensional (a

vida existe na dimensão material e também nas dimensões espirituais, para onde voltamos após a morte). Quando estivermos

preparados, poderemos exercer a nossa condição de cidadãos do Universo, contemplando as perfeições da obra divina,

vivenciando o amor em toda a sua extensão.

masaharu emoto
Enviado por masaharu emoto em 14/05/2014
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