A SUBVERSÃO DO SENTIDO ORIGINAL

- texto em discussão: A ABRANGÊNCIA DO POEMA, em http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4781746

Não se trata de examinar se “estás certa ou errada” na tua concepção, estimada poeta! Não reduzamos a proposta a este nível subalterno. Perdão, mas aqui não estamos em sala de aula do ensino fundamental. Não estou preocupado (com a proposta textual publicada) em buscar respostas ao que expus, e, sim, move-me o intuito de provocar o leitor ao exercício do pensamento sobre o tema proposto, caso o tema o instigue a tal proceder. Cada um tem a sua concepção, segundo o seu preparo e experiências pessoais. Tu deixas antever – aqui e em outros comentários anteriores – que não és adepta do texto que apresenta codificação, preferindo a proposta rasa, aquela que apresenta rarefeitas figuras de linguagem, excluída, portanto, a metáfora. E, como já disse em outras oportunidades, METÁFORA É A SUBVERSÃO DO SENTIDO ORIGINAL DA PALAVRA, DANDO-LHE NOVA ROUPAGEM E MÚLTIPLOS SENTIDOS. Sem esta, não há como encontrar Poesia no texto, nem a sensação de estranhamento que ela produz em nossa cabeça. É essencial a figura de linguagem para se chegar ao sentido CONOTATIVO, e o poeta lida com este desafio: dizer muito com poucos vocábulos e, com estes, fazer o receptor pensar... O escritor que não se sentir bem ou não gostar do texto codificado pode optar pela prosa direta, sem metaforização, porém nesta o sentido DENOTATIVO predomina. O poeta sempre lida com o Mistério, o único que faz, verdadeiramente, o poema. E este, necessariamente, tem os seus sortilégios... A começar pela subversão dos sentidos.

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/4804097