PARA O DIA DAS MÃES!
Para o dia das mães quero:
paz embrulhada em papel feito de palavras sinceras;
livros que me despertem das obrigações maternas;
canções que me falem da mulher;
da divina mulher que em mim habita.
No dia das mães quero o cheque que me pague,
não uma dívida, mas o resgate de eu ser eu,
indivíduo com vontades próprias.
Quero-me nua, visível a todos,
exposta em minhas transformações
que não são só físicas,
mas mutações e faces de mulher.
Não sou tão angelical quanto dizem
os cartões comemorativos e nem
tão abnegada quanto querem acreditar,
nesse dia, os filhos e os anúncios comerciais
para que me comprem algo ilusório,
capaz de me fazer chorar e ver-me
obrigada a engolir sentimentos,
tantas vezes omitidos em prol das crias.
Nesse dia quero, com os paridos e criados,
parir-me ao embalo de mim;
não quero ser filha, nem mãe de avental.
Não quero agredir - reflitam, peço! -
quero transgredir as normas todas,
estas que não foram escritas,
mas que perduram anos e anos como lei,
dando às mães, todas, a imagem maternal,
que existe, é fato, porém não é a única.
Quero ser livre...
Dêem-me asas, estas sim, as quero muito.
Ilustração: Pablo Picasso - Nude Girl With Necklace.
Para o dia das mães quero:
paz embrulhada em papel feito de palavras sinceras;
livros que me despertem das obrigações maternas;
canções que me falem da mulher;
da divina mulher que em mim habita.
No dia das mães quero o cheque que me pague,
não uma dívida, mas o resgate de eu ser eu,
indivíduo com vontades próprias.
Quero-me nua, visível a todos,
exposta em minhas transformações
que não são só físicas,
mas mutações e faces de mulher.
Não sou tão angelical quanto dizem
os cartões comemorativos e nem
tão abnegada quanto querem acreditar,
nesse dia, os filhos e os anúncios comerciais
para que me comprem algo ilusório,
capaz de me fazer chorar e ver-me
obrigada a engolir sentimentos,
tantas vezes omitidos em prol das crias.
Nesse dia quero, com os paridos e criados,
parir-me ao embalo de mim;
não quero ser filha, nem mãe de avental.
Não quero agredir - reflitam, peço! -
quero transgredir as normas todas,
estas que não foram escritas,
mas que perduram anos e anos como lei,
dando às mães, todas, a imagem maternal,
que existe, é fato, porém não é a única.
Quero ser livre...
Dêem-me asas, estas sim, as quero muito.
Ilustração: Pablo Picasso - Nude Girl With Necklace.