Quando estive Nua...
A noite sem lua declarava a infinidade de suas estrelas. Algumas pulavam, outras dançavam, e até piscavam para mim. Ancestralidade, tempo, morte, vida, tudo isso era eu. Estava radiante, embora serena. Nada me deslumbrava tanto com nas sessões anteriores, porque já me sentia íntima daquela sensação. Estava bastante escuro e resolvi trocar o biquíni por uma roupa seca que havia levado, embora não sentisse frio, ou necessidade alguma. Teo estava do lado esquerdo da praia e eu só conseguia ver sua sombra longe, Juan estava do lado oposto. Então tirei o biquíni, me senti tão bem que resolvi andar um pouco nua pela praia. A sensação de pureza, liberdade, privacidade e naturalidade me deslizavam sobre os próprios passos a uma terna existência de céu, e me privava de qualquer malícia, ou julgamento alheio, pois não havia qualquer suposição de maldade, ou comprometimento do juízo ou qualquer coisa que valha. Simplesmente transcorria como uma pluma pelo paraíso, um lugar onde não habita regras ou conceitos, nem ilusões ou criações humanas.
Trecho da série de Relatos- Experiências com o cogumelo mágico.