Resiliência
Eu tinha cinco anos quando compreendi o que era a vida. Eu fui tomada de mim mesma nessa idade quando tive que abdicar de algumas fantasias da infância para entender o mundo real. Na escola eu brincava de massinha como as outras crianças mas não modelava flores ou bichinhos eu moldava aos poucos a minha personalidade com a percepção que colhia das coisas. Não, não.. Não sou hoje um tipo adulta que se apavora com as estranhezas do passado. Sou um tipo de sobrevivente as intempéries, sombras e guerras pessoais! E toda essa poesia às avessas me ensinou a declamar com muito cuidado. Piso raso no que é fundo e me deixo ser absorvida no profundo razoável que determino a mim mesma. Porque aos cinco anos tive o insight? Porque aos cinco eu ouvi uma afirmação que me serviu como válvula propulsora para seguir adiante e teimosa prossegui. O que me derrubaria me fez descobrir o poder da minha personalidade resiliente! Funciona assim: se me dizem que não posso eu vou correndo atrás das infinitas possibilidades que minha experiência me proporciona e tento fazer fluir o " poder". Ninguém pode barrar seus sonhos a menos que você permita! Aaaahhh... Eu nunca permiti! Cinco era minha idade, cinco são os dedos das mãos e com elas o mundo foi construído! Do número cinco vem o nome quintessência; símbolo, de concepção alquímica segundo a qual determina os quatro elementos da antigüidade, a água o fogo, a terra e o ar. E o que é a vida se não uma alquimia constante? Estamos sempre a transformar um elemento em outro. Estamos sempre a nos modificar! Me simpatizo muito com a afirmativa de que adultos são crianças crescidas e como é inquieta e irreverente essa menina grande que mora em mim e me assombra vez ou outra! Finalizo então essa odisséia Freudiana, com o meu verbo preferido e que, claro, possui cinco letras: VIVER.
Flávia wrach