Desconheço-me
Desconheço-me
Não há o que desculpar. Somos seres errantes, naufragados dentro do nosso próprio ego, que inflado simplesmente explode olhos afora.
As minhas verdades!
É muita tolice que eu pense assim! Não existem, nunca existiram!
O que eu penso e conceituo como verdade pode ser simplesmente a minha válvula de escape. Eu sou exatamente tudo aquilo que ninguém consegue ver.
Por fora eu sorrio, por dentro eu choro! Meu jardim, boa parte dele, é feito de grama sintética e nem necessita de água.
Outro dia, passeando por um quarteirão, notei o gramado da vizinha. Estava verdinho! Me senti frustrado comparando-o ao meu. Me enganei desastrosamente! O gramado da vizinha também não precisava de água, era apenas a beleza estonteante e colorida que eu via! Viu? Eu sou exatamente aquilo que ninguém consegue ver!
Não há o que desculpar. Seremos sempre assim! De dia um sorriso, durante a noite um eterno trocar de fronhas.
Um dia tudo isto será respondido. Eu não tenho nada a oferecer, a não ser o que eu sou de verdade. Para alguns, bom, para outros, nem tanto, mas para um, perfeito!
Não há o que desculpar, mas eu aceito somente para conforto. Nada é tão verdadeiro que não possa conter erros. Más interpretações, prejulgamentos, atos preconceituosos. Que verdade é esta? Não há verdades em mim, há apenas a vontade! O erro está justamente nesta vontade, logo, não há verdade!
Não há o que desculpar. Eu só queria te abraçar e lhe dizer:
_Eu não posso tudo, mas conte comigo naquilo que eu puder!
E assim, a tão aclamada verdade se instala, sob todas as perspectivas das vontades. Não há o que desculpar! Precisamos apenas viver para ser!