HÁ UM PROFETA II
Eis que parei!
Mas como profeta, minha acção!
Mas não, como poeta,
Pois de Deus, ainda, esta alma tem uma canção!
Eis que neste mundo, dos homens,
Espaço de ordens e desordens,
Nada e tudo,sou...
No bem, que meu ser, ainda não alcançou!
Parei, pelo caminho, fiquei...
O porquê, logo vos direi.
Mas neste parar, algo descobri,
Que estando morto, com a morte, com que morri...
Morte, que me deram.
E outra, que eu busquei,
Como se não bastasse, a que me morrer, fizeram.
Também, eu me matei!...
Mas sabeis, uma cousa, enfim?!...
Por mais morto, que esteja!
Neste ser, ainda um sentimento se almeja!
Que tenho vida e que há um profeta, em mim!...
HELDER DUARTE