NOS DOMÍNIOS DE D. POESIA

Muito grato pela tua interlocução sobre o explícito conteúdo do texto. Fico muito preocupado quando tenho que me manifestar incisivamente sobre o conceitual da Poética, que é matéria que poucos estudam com profundidade, e ficam apenas na objetividade da construção da peça, como se não fosse possível aplicar algumas técnicas para chegar a um poema bem resolvido quanto ao assunto, forma e beleza estética. Observações como a que ora remetes servem como foco pontual e me estimulam a continuar fazendo abordagens sobre a temática da poesia e de sua materialidade: o poema. O que pretendo é mostrar aos criadores poéticos que “... é necessário levar a Poesia a sério...”, como disse Carlos Drummond de Andrade, lá por 1944, apesar de poucos carrearem a Ela o seu devido valor. Não pretendo que os meus estudos analíticos se tornem “cartilhas”, e sim contribuições teórico-práticas para tais reflexões. E percebo – com muito agrado – que muitos dos meus leitores-interlocutores vêm se movimentando com muito mais graça, verdade e beleza no território universal de Dona Poesia. Eu apenas apresento a flor e seus perfumes à escolha do receptor, e o autor os identifica e se apossa deles como seus... Olor, cor e originalidade próprios não pertencem ao analista crítico, e, sim, a quem mexe no cadinho ardente da intuição artística... Todavia, ganhamos todos nós – os leitores...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/4711693