MÃOS VAZIAS

NA MANHÃ DE 14 DE FEVEREIRO DE 2014

Tenho as mãos vazias de mim. Tenho as mãos vazias de ti. Tenho as mãos vazias de nós. Tenho as mãos vazias de quase a totalidade de todos nós.

Olho as mãos vazias de tudo e compreendo: Será preciso sobreviver assim, que enchê-las, novamente, com algum sonho ou novo sentido, para quê, se o tempo só permite o real, o dantesco real, feito só de si mesmo e sem quaisquer direitos para além de si mesmo?

Pior do que tudo, mãos vazias de qualquer possibilidade de compreensão, submersas para sempre na impossibilidade de o que quer que seja compreender sobre o que quer que seja que exista, no tal chamado mundo real com um desdobramento dolorosíssimo no virtual. UM DESDOBRAMENTO NO VIRTUAL, NÃO NO RECANTO DAS LETRAS, GRAÇAS AO DEUS.

Na verdade,o mais dantesco de tudo: mãos que precisam ficar, permanecer onde crucificadas. Mãos que não têm nem nunca terão o direito de partir.

Contraponto a tudo, só o Recanto. Aqui as mãos ainda sentem que existem. Abençoado Recanto, onde as mãos ainda sentem que têm o direito de existir. Que têm o direito de existir. Obrigada aos amigos que fazem com que as mãos ainda sintam que existam.Obrigada,amigos.