Palavras
Por que me olhas?
Não vê que minhas palavras se confundem?
Não me envergonhe,
Pois as palavras não saem somente de meus lábios,
Elas também são tuas.
E vão se confundindo
Por entre suspiros e sussurros.
És tu o culpado deste jogo impetuoso;
Culpado de todo este meu lado tenebroso;
Que por mil vezes me leva à você.
Antes de ti,
Provei da solidão;
Já estava acostumada com minha melancólica tristeza.
Agora quero que vejas;
Agora quero que saibas;
Para que me ames do modo que sou.
Tuas palavras
Angustiantes e hipócritas,
Ainda me fazem fraquejar.
Não escutas meu clamor de dor?
Finges não ver o meu sofrimento?
Tu ocupas todo o meu ser e depois parte,
Do mesmo modo como partem tuas palavras.
E eu,
Calada,
Neste imenso vazio enlouqueço!
(p/FLZ)